O capacete de ventilação brasileiro, batizado de Bric (Bolha de Respiração Individual Controlada), tem como objetivo proteger pacientes da contaminação cruzada e a equipe do hospital, que também fica bastante exposta.
No caso da covid-19, inúmeros pacientes que ainda não estão em estágio grave da doença acabam ficando expostos a outros tipos de contaminação no ambiente hospitalar e, por esse motivo, estão suscetíveis à intubação.
“Este capacete pode mudar os rumos do combate ao novo coronavírus, porque vai deixar os respiradores para quem realmente precisa”, diz o empresário em entrevista à EXAME
Ele afirma que profissionais da saúde, de hospitais a universidades, acompanharam o projeto de perto. A única restrição é para pessoas alérgicas ao látex (borracha). O aparelho é uma espécie de “bolha” ligada a um ventilador, que cria uma atmosfera rica em oxigênio para o paciente, que fica acordado.
Com filtros, o aparelho permite a dosagem contínua do oxigênio sem a necessidade da intubação. Por se tratar de um aparelho não invasivo, o capacete de ventilação aguarda apenas um cadastro na Anvisa.
“Estamos negociando com operadoras de saúde, que estão interessadas no produto, e vamos destinar uma parte do primeiro lote de produção para estudos e testes”, diz Souza.
Operação de guerra
A Roboris, que atua na área de robôs industriais, destinou recursos próprios e dedicação, em tempo integral, para desenvolver o projeto e colocá-lo em prática o mais rapidamente possível.
“Muitas empresas quiseram nos ajudar, mas para uma tomada rápida de decisão, precisávamos que o processo fosse o mais simplificado possível”, conta Souza.
O primeiro lote de produção deve ficar pronto ainda nesta semana. Alguns processos produtivos envolvidos no projeto devem ser patenteados.
De acordo com o empresário, o capacete de ventilação será fabricado sob uma nova marca, Life Tech Engenharia, por questões legais. Outros cinco produtos da área de terapia intensiva já estão sendo desenvolvidos a pedido de empresas de saúde.
Souza afirma que só aguarda o retorno da Anvisa para acelerar o processo. “Estamos trabalhando todos os dias, inclusive aos finais de semana e feriados, para poder entregar o produto o mais rapidamente possível.”