O presidente cubano Raúl Castro chegou neste domingo (10/05) à Cidade do Vaticano para agradecer pessoalmente ao empenho do papa Francisco na retomada das relações diplomáticas de seu país com os Estados Unidos.
O pontífice agiu como mediador entre os dois países, recebendo delegações de ambas as nações em outubro, dois meses antes do surpreendente anúncio de que Havana e Washington iriam restabelecer os laços diplomáticos após cinco décadas de hostilidades.
Francisco recebeu Castro numa audiência particular, que durou cerca de meia hora, em uma sala reservada, ao invés da imponente biblioteca do Palácio Apostólico, onde tradicionalmente os chefes de Estado são recepcionados.
“Agradeci ao pontífice por sua contribuição à reaproximação entre Cuba e os EUA”, afirmou o presidente cubano. “Mais cedo ou mais tarde, começarei a rezar novamente e poderei até retornar à Igreja Católica”, declarou Castro após se reunir com o premiê italiano, Matteo Renzi.
O papa Francisco deverá visitar Cuba em setembro, antes de sua primeira viagem oficial aos Estados Unidos. Esta, no entanto, não será sua primeira ida à ilha. Em 1988, quando era o bispo auxiliar de Buenos Aires, ele participou da histórica visita do papa João Paulo II ao país.
Castro chegou ao Vaticano após comparecer à parada militar realizada em Moscou no sábado, em comemoração aos 70 anos da capitulação da Alemanha nazista à União Soviética. As festividades na capital russa foram boicotadas por diversos líderes ocidentais em razão do apoio do governo do presidente Vladimir Putin aos separatistas no leste da Ucrânia.