Do UOL, em São Paulo
Os juros cobrados de consumidores subiram em janeiro e se tornaram os mais altos em 11 anos, desde 2005, mostra pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) divulgada nesta quinta-feira (11). Os juros para empresas também subiram.
Os números são valores médios e podem variar para cada situação específica, porque os bancos oferecem taxas diferentes de acordo com o plano contratado pelo cliente e a relação entre eles (quem tem mais dinheiro no banco paga menos taxas).
Segundo a pesquisa, na média, os juros cobrados dos consumidores passaram de 7,55% ao mês (139,78% ao ano) em dezembro para 7,67% ao mês (142,74% ao ano) em janeiro.
A taxa média atual é a maior desde fevereiro de 2005.
Juros para empresas
Nos empréstimos concedidos a empresas, os juros médios, que eram de 4,27% ao mês (65,16% ao ano) em dezembro de 2015, passaram para 4,33% ao mês (66,31% ao ano) em janeiro.
É a maior taxa desde fevereiro de 2009.
De acordo com o diretor executivo de estudos e pesquisas econômicas da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, a inflação elevada, o aumento de impostos e a alta no desemprego fazem o risco de inadimplência subir.
“O fato de que as expectativas para 2016 serem igualmente negativas quanto a todos estes fatores leva as instituições financeiras a aumentarem suas taxas de juros para compensar prováveis perdas com a elevação da inadimplência”, afirma.
Cheque especial e empréstimo pessoal
Outra pesquisa divulgada nesta quinta, do Procon-SP, mostra que dois dos sete bancos pesquisados pela entidade aumentaram a taxa de juros do cheque especial e do empréstimo pessoal em fevereiro.
A taxa média do cheque especial subiu de 11,8% para 11,91% ao mês no Banco do Brasil e de 10,56% para 12,33% ao mês no Itaú.
Já os juros do empréstimo pessoal passaram de 5,5% para 5,6% no Banco do Brasil e de 6,22% para 6,43% no Itaú.
Além da Anefac e do Procon-SP, o Banco Central também divulga mensalmente uma pesquisa sobre taxa de juros.