‘O Recebedor’: ferrovias são alvo de desdobramento da Lava Jato em seis estados e no DF

Ferrovia Norte Sul. Reprodução / Emater

A operação que a Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira (26)  “O Recebedor”, que investiga desdobramentos de fatos apurados na Operação Lava Jato. Entre os alvos de busca e apreensão estão a sede da Odebrecht, no Rio de Janeiro, a da Constran, em São Paulo. A operação é um desmembramento da Operação Crátons, da Lava Jato, que investiga um esquema de comércio e exploração ilegal de pedras preciosas em reserva indígena em Rondônia. São cumpridos sete mandados de condução coercitiva e 44 de busca e apreensão, no Paraná, Maranhão, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Distrito Federal, e Goiás.

Membros do Ministério Público Federal em Goiás também participam da operação. Segundo a Polícia Federal, as buscas visam a recolher provas do pagamento de propina para a construção das ferrovias Norte-Sul e Integração Leste-Oeste. A polícia investiga a prática de cartel e lavagem do dinheiro ilícito obtido por meie do superfaturamento de obras publicas. O rastreamento de atividades do doleiro Carlos Habib Chater, preso na primeira fase da Lava Jato, em março de 2014, deram origem às novas investigações. Na capital paulista, policiais estão na sede da Constran e na casa de um ex-funcionário da Serveng, empresa que atua nas áreas de engenharia e construção, mineração e energia.

Os investigadores concluíram que as empreiteiras realizavam pagamentos regulares, por meio de contatos simulados a um escritório de advocacia e para mais duas empresas sediadas no estado de Goiás. Segundo a PF, as empresas eram usadas como fachada para maquiar origem licita para dinheiro de fraudes em licitações públicas. Somente no estado de Goiás, em obras executadas da Ferrovia Norte-Sul, foi detectado desvio de R$ 630 milhões.

Os investigados vão responder por corrupção passiva e lavagem de dinheiro