Policiais apreenderam registros do sistema de informática da Câmara que armazenam informações sobre autoria de projetos e requerimentos. Diligência faz parte das investigações contra o deputado na Lava Jato, informa O Globo
Policiais federais apreenderam registros do sistema de informática da Câmara em diligência relacionada às investigações contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), suspeito de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras. A busca, realizada com discrição ontem pela manhã, foi autorizada pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. As informações são do jornal O Globo.
Segundo a reportagem, foram copiados todos os registros do sistema de informática da Câmara que armazenam informações sobre autoria de projetos e requerimentos. Uma das suspeitas que recaem sobre o deputado é de ter pressionado, com requerimentos na Casa, empresas que haviam suspendido o pagamento de propina ao PMDB. A acusação foi feita pelo doleiro Alberto Youssef, que colabora com as investigações em troca da redução da pena.
De acordo com o repórter Vinicius Sassine, nos registros, há a confirmação de que teriam passado pelo gabinete de Cunha os dois requerimentos usados para pressionar Toyo e Mitsui, empresas com contratos com a Petrobras. O deputado nega ser autor dos pedidos, assinados pela ex-deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), atual prefeita de Rio Bonito (RJ).
O advogado de Cunha, Antonio Fernando de Souza, confirmou ao jornal a ação de busca e apreensão, mas a minimizou. Autor da denúncia do mensalão no Supremo, quando era o procurador-geral da República, Antonio Fernando criticou a decisão do Ministério Público em relação ao seu cliente. “Isso não tem a menor relevância no contexto do inquérito e não altera nenhum quadro. Eles queriam as informações de informática e foram dadas. Houve uma precipitação do Ministério Público porque, se eles tivessem pedido, seria entregue porque não há nada a esconder”, alegou.