Horas após a prisão de sete dirigentes da Fifa em Zurique, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marín, autoridades dos Estados Unidos participaram de entrevista coletiva para explicar a investigação e a operação ocorrida em solo suíço. A procuradora-geral do país Loretta Lynch, o diretor do FBI James Comey, e o diretor da Receita Federal Richard Weber ressaltaram a importância das ações para desvendar as transações ilícitas que envolvem o mundo do futebol e não pouparam a Fifa.
“Sabemos que a Fifa fez muito pelo futebol ao redor do mundo, mas eles também corromperam o jogo com objetivos de ganhos para algumas pessoas sem se importar com o futebol ou o mundo. Só se importam com si próprios”, disse Weber, que revelou ter sido identificados US$ 115 milhões em negócios ilíticos na Suíça, Ilhas Cayman e Hong Kong. “É a Copa [do Mundo] da fraude e estamos dando um cartão vermelho para a Fifa”.
“Eles [dirigentes acusados] tinham importante responsabilidade em alto nível, como construir estádios ao redor do mundo, organizar a Copa do Mundo. Era esperado que eles mantivessem o futebol honesto e íntegro, mas trouxeram a corrupção ao futebol para se enriquecerem”, afirmou Lynch. “Queremos terminar com esta prática de corrupção. Entre os 14 acusados estão oficiais de alta patente da Fifa e líderes de várias entidades regionais que ganharam milhões em propinas”
De acordo com Lynch, a Copa América que será disputada nos Estados Unidos já teve US$ 110 milhões em propinas. “Em 2016 vamos receber a Copa América, será a primeira vez que ela ocorrerá em cidades fora da América do Sul. O que deveria ser um sinal de amizade entre países se tornou um processo que envolveu milhões de dólares”.