Irritado, Blatter afirma que não vê motivos para ser preso e acusa EUA

Presidente ataca governo e afirma: ‘Essa operação não cheira bem’

“Preso eu, por quê?” Foi assim que o presidente da Fifa, Joseph Blatter, respondeu a uma bateria de perguntas da imprensa em uma primeira entrevista coletiva desde que o escândalo de corrupção na entidade eclodiu. Um dia depois de vencer a eleição para mais um mandato no comando da Fifa, o dirigente passou a ser alvo de pressão.

Ele se recusou a aceitar uma demissão e a tradicional postura humilde foi substituída por ataques, agressividade e um alerta: “eu não esqueço”. Blatter ainda denunciou a operação do FBI como uma manobra dos EUA para atacar a Fifa como revanche por ter perdido a Copa de 2022 para o Catar.

Pressionado mesmo diante de ter sido eleito na sexta-feira, ele se recusou a assumir qualquer culpa ou envolvimento nos pagamentos investigados pela Justiça americana. Num dos trechos do indiciamento do Departamento de Justiça dos EUA, um pagamento de US$ 10 milhões é feito a um de seus vice-presidentes, Jack Warner, num dinheiro que teria passado pela Fifa.

O suíço denunciou a manipulação da investigação nos EUA, alertando que a ação policial contra a Fifa seria uma maneira de revanche contra o fato de terem perdido a Copa de 2022 para o Catar. Para ele, se os delitos foram cometidos por cartolas sul-americanos e norte-americanos, “não vejo como a Fifa possa estar envolvida”. “Curiosamente, três jornalistas estavam na hora da operação”, atacou, insinuando uma operação manipulada.

“Ninguém vai me tirar a ideia de que foi uma simples coincidência esse ataque americano, dois dias das eleições da Fifa”, declarou. “Não cheira bem”.

Blatter também se recusou a pedir demissão, apesar da pressão internacional. “Por que é que eu pediria demissão ?”, disse. “Isso significaria que eu reconheço erros”. “O Congresso da Fifa ainda acha que eu sou a pessoa correta”, declarou.

 

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