Dilma e Lula se reúnem para definir nova estratégia contra a crise

Ricardo Stuckert/Instituto LulaBRASÍLIA  –  O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu um encontro particular com sua sucessora, a presidente Dilma Rousseff, para este sábado em Brasília. Os dois tomaram café da manhã juntos para definir as próximas iniciativas do PT e do governo para superar a crise.

Desde a semana passada, Lula tem dito a aliados que preferia encontrar Dilma a sós, para uma conversa “sem testemunhas”, o que dificultaria o vazamento de versões sobre o diálogo dos dois.

Para combater a baixa popularidade do governo — apenas 8% aprovam a gestão de Dilma, segundo a última pesquisa Datafolha —, o ex-presidente pediu que a petista mantenha a agenda de viagens pelo país, principalmente para as regiões do nordeste, reduto histórico de votos do PT, onde Dilma tem perdido apoio.

Nos últimos dias, a presidente fez um périplo de inaugurações e eventos com movimentos sociais, e passou por Roraima, Maranhão e Bahia. O giro pelo país é pouco comum em sua agenda oficial, mas é estimulado por Lula, que defende que Dilma “saia do gabinete para não se tornar mais um elemento da crise”.

O ex-presidente, que também vai viajar pelo Brasil para recuperar a sua imagem e a do PT, abaladas com as investigações da Operação Lava-Jato, esteve duas vezes em Brasília esta semana, onde participou da abertura da Marcha das Margaridas e de um evento sobre educação organizado pelo PT na noite de ontem.

Na avaliação de Lula, Dilma precisa se aproximar mais dos movimentos sociais e intensificar o diálogo com o Congresso para evitar o agravamento da crise. Ele reconhece que o afastamento do PT de suas bases foi um dos grandes erros dos governos petistas, acentuado agora, na gestão da sucessora.

O ex-presidente foi um dos principais entusiastas da aproximação entre o Planalto e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Nesta semana, o peemedebista apresentou um pacote de reformas para retomar o crescimento econômico que foi celebrado por Dilma como “a agenda positiva para o Brasil”.

(Folhapress)

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