As manifestações ocorridas neste domingo (16) contra a presidente Dilma Rousseff em todo o país deverão animar os discursos no começo desta semana no Congresso. Enquanto lideranças do governo e da oposição fazem o balanço dos protestos, cada qual à sua maneira, o Palácio do Planalto tem um motivo imediato para se preocupar: a votação do projeto de lei que corrige o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Pesadelo para os ajustes orçamentários do governo Dilma, a proposta articulada pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pretende corrigir a remuneração do fundo pela taxa da poupança (hoje algo em torno de 6,7% ao ano). Na prática, isso representa o dobro da atual correção.
O governo teme que a aprovação da mudança comprometa a execução do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. Os recursos conquistados por meio do FGTS costumam ser utilizados como fonte de financiamento para as famílias de baixa renda na compra da casa própria. De acordo com a Caixa Econômica Federal, a alta do rendimento sobre o FGTS aumentará os juros das parcelas dos empréstimos em até 38%.