Depois de citar Henrique Alves, Pernambuco quer limpar o passado da Carioca

Um dos delatores da Operação Lava Jato, o empresário Ricardo Pernambuco Júnior afirmou que decidiu fechar acordo de delação premiada com a Operação Lava Jato para “limpar o passado”.

Em seus depoimentos, o dono da Carioca Engenharia apontou R$ 52 milhões de propina ao presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sobre operações do FI-FGTS e repasse de R$ 1 milhão, em 2011, em “espécie” ao então tesoureiro do PT João Vaccari Neto para “inclusão da empresa na lista de convidadas de obras da Petrobras”.

Pernambuco Júnior declarou à Lava Jato que “a iniciativa de procurar o Ministério Público Federal se deu porque, a partir de novembro de 2014, com a fase da Lava Jato de maior publicidade, envolvendo as empreiteiras, o depoente ficou muito preocupado com os destinos da Carioca”.

Os empreiteiros Ricardo Pernambuco e seu filho Junior alegam que a construtora da família, a Carioca, teve de pagar propina a políticos para conseguir tomar empréstimo da perna “fundo de investimento” do FGTS e assim tocar as obras do Porto Maravilha, no Rio.

Entre as  propinas, segundo a família Pernambuco, uma foi disfarçada de doação oficial à campanha de Henrique Eduardo Alves ao governo do Rio Grande do Norte na eleição de 2014. Na ocasião, o peemedebista recebeu 400 mil reais da empreiteira, em duas parcelas, uma de 300 mil, outra de 100 mil.

O inquérito está com o ministro do STF Teori Zavascki. Henrique Alves é citado nele, mas não está na condição de investigado.