Análise do incrível que aconteceu nos bastidores da indicação de Rosalba à Prefeitura de Mossoró
Nos últimos estertores do prazo fatal para a realização das Convenções Municipais de 2016 ocorreram ações e manobras políticas inusitadas e “inconcebíveis” na sucessão da cidade de Mossoró, RN, o mais importante colégio eleitoral do RN.
Muitos fatos e pressões inacreditáveis, já do conhecimento do editor, não serão, ainda, revelados neste comentário, em respeito à confidencialidade da fonte idônea, que transmitiu a informação.
Entretanto, aplica-se o ditado popular de que, “para bom entendedor, meia palavra basta”.
Para uma análise do que está realmente ocorrendo nos bastidores sucessórios de Mossoró, a“meia palavra” seria o anuncio inesperado do nome, até então jamais cogitado, da companheira de chapa da ex-governadora Rosalba Ciarlini, candidata à prefeitura de Mossoró, RN, o segundo maior colégio eleitoral do estado.
Supreendentemente, os microfones da convenção propagaram, que a indicada para vice-prefeita seria a jovem dentista Nayara Gadelha, de 26 anos, sobrinha da Sra. Regina Gadelha, ex-secretária do deputado Betinho Rosado.
Nada existe, do conhecimento público, que desabone a conduta pessoal da odontóloga Nayara Gadelha.
O fato da escolhida ter apenas cinco anos a mais do mínimo exigido para candidatar-se a cargo executivo municipal, poderia justificar-se pela oportunidade dada a um quadro “novo”, vocacionado para a política.
O estranho, todavia, segundo se comenta em Mossoró, é que a dentista Nayara Gadelha jamais manifestou interesse pela política, militância, ações, ou serviços prestados à vida pública.
Observadores presentes a Convenção revelaram até o constrangimento de Nayara no palco, indagando aos circunstantes como deveria posicionar-se e o que fazer.
Para entender o que se passa na política de Mossoró é fundamental destacar, que nos últimos dias operou-se a união da família Rosado, através do entendimento de Rosalba, Carlos Augusto, Betinho, Beto, Layre, Sandra e Larrissa, em apoio à volta da ex-governadora à Prefeitura.
A história dos conflitos na família Rosado vem da década de 80.
Em 1982, com Agripino candidato ao governo, ex-deputado Vingt Rosado, Sandra e Laíre apoiaram o grande adversário dos Maia, o ex-governador Aluízio Alves (PMDB).
Carlos Augusto, Rosalba e familiares ficaram com José Agripino e garantiram a sua vitória.
Sucederam-se ao longo dos anos lutas políticas com os dois grupos familiares em litígio.
Em 2016, finalmente surgiu a “fumaça branca”, significando o prenuncio de que “haveria paz” na família Rosado.
O natural seria a partilha equânime, na indicação do vice e chapa de vereadores.
Porém, tal aconteceu.
Aparece na mesa de conversações o PP, liderado e comandado pelo ex-deputado Betinho Rosado, com o apoio de familiares próximos, que “vetou” o vice indicado pelo grupo da deputada Sandra Rosado.
Betinho, irmão de Carlos Augusto e cunhado de Rosalba, continuava a ser (tudo começou no governo de Rosalba) a “pedra no sapato” no grupo rosalbista, mesmo tendo dependido em todas suas eleições do apoio total e incondicional de Carlos e Rosalba.
Sem esse apoio no passado, não se elegeria jamais.
Hoje, ele se autoproclama “dono” de um partido – o PP -, diz não depender de ninguém e faz exigências de toda a ordem, quase sempre acompanhadas de ameaças veladas, segundo os sussurros da política local.
No caso da composição da chapa de Rosalba em 2016, não ficou por menos.
Betinho fechou-se em copa, mesmo diante de inúmeros apelos, e “goela abaixo” fez da jovem dentista Nayara Gadelha, a indicada para vice de Rosalba.
Para muitos analistas, Betinho Rosado age premeditadamente e com objetivos claros a atingir o futuro.
Após vencer os impedimentos legais, que não permitem atualmente o seu registro como candidato, a meta de Betinho é assumir a liderança política de Mossoró, com influencia na região.
Não ser aceita ser liderado de Rosalba e Carlos.
Na hora em que coloca uma jovem, sem experiência política, para ser vice, Betinho praticamente inviabiliza a candidatura de Rosalba ao senado em 2018.
Salvo surpresas futuras, Rosalba com menos de dois anos na administração, numa época de “vacas magras”, não fará administração que a credencie correr o risco de renunciar em 2018, entregando a cidade a sua sucessora legal., nas condições hoje conhecidas.
Por outro lado, Betinho acharia que eleita Rosalba em outubro próximo, os atuais candidatos a prefeito contra ela não terão condições políticas e pessoais de sustentarem uma oposição consistente.
Nessa hipótese, a possibilidade é que o PP romperia com a prefeita eleita, cedo ou tarde, e ele assumiria a liderança oposicionista em Mossoró,
Estaria, assim, novamente, dividida a família Rosado.
Há quem diga que o PP de Betinho Rosado teme também a ascensão política do filho de Rosalba e Carlos, o jornalista Kadu Rosado, que embora discreto, tem se revelado uma pessoa confiável, sério, bom articulador, equilibrado e apontado como candidato a deputado (estadual ou federal) em 2018.
Kadú Rosado é realmente uma liderança emergente em Mossoró, ninguém duvide.
Não se pode omitir o potencial político do grupo de Laíre, Sandra e Larissa, com perspectivas de crescimento.
Nesse contexto, caminha a sucessão de Mossoró.
Por enquanto, os fatos ocorridos nos bastidores rosalbistas, certamente não a prejudicarão eleitoralmente, em função do carisma e liderança que possui.
Mas, para o futuro é difícil prever o que poderá acontecer.
Só restar esperar!!!!!!
Por Ney Lopes de Sousa