Arquivo diários:20/08/2016

Primo Toffoli nega ter recebido qualquer favor da OAS

dias

Anunciada, na noite de ontem, com estardalhaço pela Editora Abril nas redes sociais, a capa de Veja contra o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, deixa a desejar.

A reportagem apenas revela que, num dos capítulos de sua delação premiada, José Adelmário Pinheiro Filho, o ex-presidente da OAS conhecido como Léo Pinheiro, diz ter indicado uma empresa para fazer reformas na casa de Dias Toffoli em Brasília, enfatizando que todas as despesas foram pagas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal.

Veja colocou o tema na capa, prevendo que aparecerão mais laços entre Toffoli e Pinheiro.

Em nota, o ministro se defendeu. “O ministro conhece o sr. José Adelmário Pinheiro Filho, mas não tem relação de intimidade com ele, não tendo pedido ou recebido nenhum tipo de ajuda da referida pessoa”, diz ele.  (BR 247)

Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo serão julgados pelo STF

O ministro Teori Zavascki liberou para julgamento denúncia contra a senadora Gleisi Hoffmann e o ex-ministro Paulo Bernardo O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato, liberou para a pauta de julgamento da Segunda Turma a denúncia apresentada pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, em um inquérito da Operação Lava Jato, contra a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), o marido dela, o ex-ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. A liberação da denúncia para a pauta foi registrada na quinta-feira (18) no andamento processual do STF.

Além da senadora e do ex- ministro, faz parte da denúncia também o empresário Ernesto Kugler Rodrigues, que seria ligado ao casal. Os três foram denunciados ao STF em maio deste ano e são acusados de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por supostamente receberem R$ 1 milhão para a campanha de Gleisi ao Senado em 2010. Segundo delatores da Lava Jato, o valor é oriundo de desvios de contratos da Petrobras

Juiz Jorge Meira bota ordem na casa e acaba com pirotecnia na propaganda eleitoral de Natal

Marqueteiros estão fazendo lobby, mas o Juiz Jorge Meira adora uma dureza.

O juiz da propaganda eleitoral de Natal, Jorge Carlos Meira Silva adotou um critério elogiável para os candidatos a prefeito de Natal.

O juiz já deixou claro que não vai admitir super produções, ele quer apenas os candidatos aparecendo e fazendo suas propostas. Nada de atores, nada de bla blá blá!

Quem tem que aparecer é o candidato, diz o magistrado. O candidato fica obrigado a aparecer em 25% do seu tempo na propaganda eleitoral.

Os marqueteiros e donos de produtoras estão pagando ar, mas a sociedade está elogiando o juiz Jorge Meira.

A sociedade entente que programas eleitorais milionários representam gastos suspeitos que certamente serão cobrados dos eleitos depois da eleição.

Parabéns para o juiz Jorge Meira, embora ele tenha me condenado um dia por abuso do poder financeiro, que depois fui absorvido no TSE, reconheço o acerto de sua decisão.

 

Bondade de Temer promete reajuste da Bolsa Família em 12,5%, mas só depois do impeachment

edraTUCANOS E COXINHAS ESTÃO COM RAIVA E CONTRA A PROMESSA 

O Planalto prepara um pacote de bondades na área social para aliviar o peso que o ajuste fiscal terá na imagem do governo nas camadas mais pobres da população. Como Michel Temer busca uma agenda positiva para o pós-impeachment, o Ministério do Desenvolvimento Social prepara linhas de crédito para beneficiários do Bolsa Família, manutenção do pagamento por até dois anos para quem conseguir emprego e prêmio em dinheiro às prefeituras que mais emanciparem famílias.

O pacotão social de Temer terá início logo depois do julgamento de Dilma Rousseff e começará pelo programa “Criança Feliz” — que prevê o acompanhamento de bebês do Bolsa Família.

Boca quente: ex-presidente da OAS delata ministro do STF Dias Toffoli, diz Revista Veja

Em proposta de colaboração com a Justiça, Léo Pinheiro fala de suas relações com o magistrado e de uma obra em sua “mansão de revista

Por Robson Bonin, Thiago Bronzatto e Rodrigo Rangel

Era um encontro de trabalho como muitos que acontecem em Brasília. O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, e o empreiteiro José Aldemário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro, então presidente da construtora OAS, já se conheciam, mas não eram amigos nem tinham intimidade. No meio da conversa, o ministro falou sobre um tema que lhe causava dor de cabeça. Sua casa, localizada num bairro nobre de Brasília, apresentava infiltrações e problemas na estrutura de alvenaria. De temperamento afável e voluntarioso, o empreiteiro não hesitou. Dias depois, mandou uma equipe de engenheiros da OAS até a residência de Toffoli para fazer uma vistoria. Os técnicos constataram as avarias, relataram a Léo Pinheiro que havia falhas na impermeabilização da cobertura e sugeriram a solução. É um serviço complicado e, em geral, de custo salgado. O empreiteiro indicou uma empresa especializada para executar o trabalho. Terminada a obra, os engenheiros da OAS fizeram uma nova vistoria para se certificarem de que tudo estava de acordo. Estava. O ministro não teria mais problemas com as infiltrações — mas só com as infiltrações.

A história descrita está relatada em um dos capítulos da proposta de delação do empreiteiro Léo Pinheiro, apresentada recentemente à Procuradoria-Ge­ral da República e à qual VEJA teve acesso. Condenado a dezesseis anos e quatro meses de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa no escândalo do petrolão, Léo Pinheiro decidiu confessar seus crimes para não passar o resto dos seus dias na cadeia. Para ganhar uma redução de pena, o executivo está disposto a sacrificar a fidelidade de longa data a alguns figurões da República com os quais conviveu de perto na última década. As histórias que se dispõe a contar, segundo os investigadores, só são comparáveis às do empreiteiro Marcelo Odebrecht em poder destrutivo. No anexo a que VEJA teve acesso, pela primeira vez uma delação no âmbito da Lava-Jato chega a um ministro do Supremo Tribunal Federal.

No documento, VEJA constatou que Léo Pinheiro, como é próprio nas propostas de delação, não fornece detalhes sobre o encontro entre ele e Dias Toffoli. Onde? Quando? Como? Por quê? Essas são perguntas a que o candidato a delator responde apenas numa segunda etapa, caso a colaboração seja aceita. Nessa primeira fase, ele apresenta apenas um cardápio de eventos que podem ajudar os investigadores a solucionar crimes, rastrear dinheiro, localizar contas secretas ou identificar personagens novos. É nesse contexto que se insere o capítulo que trata da obra na casa do ministro do STF.

Tal como está, a narrativa de Léo Pinheiro deixa uma dúvida central: existe algum problema em um ministro do STF pedir um favor despretensioso a um empreiteiro da OAS? Há um impedimento moral, pois esse tipo de pedido abre brecha para situações altamente indesejadas, mas qual é o crime? Léo Pinheiro conta que a empresa de im­per­mea­bi­li­za­ção que indicou para o serviço é de Brasília e diz mais: que a correção da tal impermeabilização foi integralmente custeada pelo ministro Tof­fo­li. Então, onde está o crime? A questão é que ninguém se propõe a fazer uma delação para contar frivolidades. Portanto, se Léo Pinheiro, depois de meses e meses de negociação, propôs um anexo em que menciona uma obra na casa do ministro Toffoli, isso é um sinal de que algo subterrâneo está para vir à luz no momento em que a delação for homologada e os detalhes começarem a aparecer.