Casal denuncia panfleto homofóbico e sabotagem em futura residência

Foto: ReproduçãoO casal João Pedro Schonarth, de 29 anos, e Bruno Banzato, de 31, são alvos de um panfleto homofóbico distribuído na rua em que terminam a construção de sua casa no bairro Água Verde, em Curitiba. O caso ganhou repercussão na tarde desta quinta-feira (13), quando João publicou o papel em sua rede social. No folhetim, com a foto de um casal homossexual, o autor – que não se identifica – diz “se fazem isso em público. Imaginem o que fazem quando estão a sós ou com os amigos mais próximos ou com as pessoas próximas a você [sic]”, e destaca o endereço do casal.

De acordo com o jornalista, os panfletos foram jogados pela rua e recolhidos por uma futura vizinha que entregou para um marceneiro que trabalha na construção do sobrado do casal. “Eu recebi a ligação dele [o marceneiro] dizendo que tinha algo para me mostrar e que não sabia como eu ia reagir”, contou João Pedro.

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Segundo o dono do imóvel, a casa foi comprada ainda na planta em setembro do ano passado e esse foi o segundo ataque ao casal. Na última quinta-feira (6), a propriedade foi invadida e alagada pelo duto do ar-condicionado, mas o casal ainda não tinha relacionado o episódio com um ato homofóbico. “Como o imóvel ainda não está no nosso nome, a construtora abriu Boletim de Ocorrência por invasão de propriedade e dano ao patrimônio. Por sorte, não houve dano estrutural”, afirmou Schonarth. “Foi uma sabotagem com o intuito de nos amedrontar, de nos atingir e de nos agredir”, declara o futuro morador.

João Pedro e Bruno estão casados há sete anos. | Foto: Reprodução / Facebook
João Pedro e Bruno estão casados há sete anos. | Foto: Reprodução / Facebook

Por orientação do departamento jurídico do Grupo Dignidade, organização não-governamental que defende direitos de LGBTs em Curitiba, o casal vai abrir um novo Boletim de Ocorrência na Delegacia de Proteção de Populações Vulneráveis, que registra casos de violência contra Direitos Humanos.

De acordo com o jornalista, ele nunca tinha sido vítima de homofobia e não imaginava que passaria por isso. “A gente acha que homofobia é apenas quando sentimos dor física, mas ver a pessoa que a gente ama chorando é uma dor que eu não consigo descrever. É uma dor que humilha. A gente não acredita que a nossa vida causa tanto problema na vida de outras pessoas a ponto de nos agredir”, conta Schonarth.

Outro caso

homofobia_curitibaEsse é o segundo caso de cartas homofóbicas apócrifas distribuídas em Curitiba nesta semana. Na terça-feira (11), um homem de 32 anos recebeu uma carta em seu apartamento no Bairro Novo Mundo por baixo da porta.

Em oito linhas, o autor faz ataques ao morador com base na sua sexualidade. “Sua presença nos envergonha, nossos filhos não podem permanecer perto de uma pessoa como você, sentimos nojo de ter você aqui”, diz no texto.

Um boletim de ocorrência também foi aberto para denunciar o caso.