Arquivo diários:10/11/2019

Lula planeja se mudar do ABC pela 1ª vez em mais de 40 anos

Solto na sexta-feira, petista procura casa na capital paulista para morar com namorada
Ricardo Galhardo

Depois de mais de 40 anos vivendo em São Bernardo do Campo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cogita a possibilidade de deixar a cidade do ABC onde construiu sua carreira política para morar em São Paulo. Lula autorizou auxiliares a procurar um imóvel onde quer viver com a socióloga Rosângela da Silva, a Janja, sua namorada e com quem anunciou que pretende se casar.

Foto: Estadão Conteúdo

O ex-presidente amadureceu a decisão de sair de São Bernardo durante os 19 meses que passou preso. Em entrevista ao jornal Brasil de Fato, em outubro, admitiu publicamente pela primeira vez a possibilidade. “Eu não tenho mais o que fazer em São Bernardo”, disse o petista.

Lula também já revelou ter o sonho antigo de voltar a morar no Nordeste, região na qual nasceu, mas que deixou ainda aos cinco anos de idade junto com a mãe, dona Lindu, e outros sete irmãos para viver em Vicente de Carvalho, distrito de Guarujá, no litoral de São Paulo.

Pessoas próximas têm incentivado Lula a aproveitar o relacionamento com Janja para mudar de hábitos. Amigos dizem que há décadas a vida social do ex-presidente é vinculada à política. Ele costumava sair pouco para atividades de lazer, mesmo em viagens internacionais, e os momentos de diversão quase sempre eram em sua própria casa ou nas de amigos. Estes amigos acham que, em São Paulo, Lula poderia sair mais.

Depois de 19 meses preso e de ter a vida chacoalhada pela Lava Jato, Lula ainda não sabe ao certo como será sua rotina. O Instituto Lula, no bairro do Ipiranga, onde dava expediente todos os dias depois que deixou a presidência, em 2011, está praticamente parado depois que sofreu uma devassa da Receita Federal e teve as contas bloqueadas. Alguns colaboradores não recebem salários há meses. Muitos deles buscaram outros empregos. Não há verba para a realização de eventos e atividades.

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Juízes devem admitir erro por formar consórcio em prol de estabilidade

 

Por Fernanda Valente
Nos últimos anos, parte da magistratura deixou de lado a imparcialidade e o papel contramajoritário por receio de vaias da opinião pública e por ouvir demasiadamente a voz das ruas. Como forma de garantir a estabilidade e boa imagem, os juízes formaram consórcio com a polícia e Ministério Público e julgou-se muito com base na capa do processo e com o nome dos envolvidos.

A atitude foi um erro que deve ser percebido e corrigido agora, conforme analisa o juiz Ali Mazloum, da 7ª Vara Federal criminal em São Paulo. Para ele, o juiz deve ser neutro no processo, como forma de evitar espetacularização das decisões e garantir o devido processo legal.

“Ou o juiz retoma a neutralidade ou estará fadado ao fracasso, o total descrédito do Judiciário, que é o que está acontecendo. Ser juiz hoje exige muita coragem, tem que ser vocacionado e precisa ter humanidade”, afirma.

Mazloum é taxativo ao classificar como distópica a operação “lava jato”. Ainda que tenha seus méritos, diz o juiz, a operação teve viés político e “está fazendo mais mal do que bem ao país”, além de ter afetado diretamente os magistrados que viram na figura do ex-juiz Sergio Moro um super-herói.

“Todo juiz parecia querer ser Moro. Então a gente via ‘Moro de saia’, ‘Moro do Nordeste’, do Sudeste, ‘Moro de sunga’. É péssimo esse tipo de engajamento”, critica.

De acordo com o juiz, não se pode ter dúvidas da veracidade das conversas entre procuradores da força-tarefa de Curitiba, divulgadas pelo site The Intercept Brasil. Ainda que seja uma prova ilícita, Mazloum afirma que o conteúdo é factível e basta comparar as mensagens aos fatos.

Tendo passado pelo gabinete do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, Mazloum afirma que a Corte não está livre de pressões, mas acredita que “os juízes que estão lá têm todas as condições de realmente restabelecer a legalidade e mostrar que não há lados no processo”.

O juiz é filho de imigrantes libaneses e começou a trabalhar desde criança no comércio do pai, na região da Penha, em São Paulo. Escolheu pela carreira jurídica e diz que sempre teve vocação maior para o Direito Constitucional e Criminal.

Exemplo disso foi o início de sua carreira, como delegado de polícia, num cargo que exerceu durante seis meses. Depois foi promotor de Justiça. Na magistratura federal, passou pela Vara de Execuções Fiscais em Presidente Prudente e na Vara Civil de São Paulo, como substituto.

Aos 59 anos, o juiz concilia a atuação na 7ª Vara Federal Criminal com aulas de Direito Constitucional na FIG-Unimesp, em Guarulhos, local onde trabalha há mais de 20 anos e onde formou-se.

Leia a entrevista abaixo:

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Suplicy abraçou Lula e perdeu o celular

Foto: Reprodução/Instagram

O vereador de São Paulo Eduardo Suplicy (PT) usou seu perfil no Instagram na noite desse sábado para pedir ajuda aos seguidores. Suplicy, que participou do evento que reuniu a militância do PT em São Bernardo do Campo para ouvir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, desconfia que deixou o celular “cair no chão” após ter saído do palanque.

“Que momento especial eu tive hoje ao abraçar meu querido amigo, presidente Lula”, escreveu. “Infelizmente, no momento em que deixei o palanque e caminhei no meio de tantos abraços e fotos, provavelmente o meu celular deve ter caído no chão. Se alguém encontrar, peço a gentileza de me avisar pelo e-mail Eduardo.suplicy@saopaulo.sp.leg.br.”

O vereador fez o apelo também na legenda de um vídeo em que ele aparece tirando fotos com apoiadores. “A festa foi linda, mas infelizmente fiquei sem celular”, escreveu, colocando em seguida o número de sua linha.

Veja

Lula com tesão do 20 anos

Foto: Carl de Souza / AFP

Aos 74 anos de idade, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se diz revigorado, após sua permanência na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba. Em menos de 48 horas da soltura, o petista afirmou em sua conta pessoal no Twitter o seguinte: “Aqui eu sigo com a energia de 30 e o tesão de mais ou menos 20 anos”.

Bolsonaro aconselhado para não atacar a Rede Globo

Foto: Reprodução/TV Globo

Jair Bolsonaro foi aconselhado por aliados a mudar o discurso contra a Globo.

Na avaliação dos bolsonaristas, “para não jogar a Globo no colo da esquerda”, o presidente deveria parar de chamar a emissora de petista.

A estratégia foi discutida nesta tarde, depois que o núcleo palaciano acompanhou os primeiros passos de Lula fora da cadeia.

A exemplo de Bolsonaro, Lula também atacou a emissora. “O momento agora é de deixar Lula xingando a todos e a tudo”, diz um interlocutor palaciano.

Os bolsonaristas argumentam que não querem dar motivos ou estimular uma aproximação da emissora com petistas, caso Lula decida adotar um discurso mais ao centro — isso mesmo, os bolsonaristas não descartam a versão “Lulinha Paz e Amor”.

Em tempo, Bolsonaro pode deixar de usar o PT para atacar a emissora, mas não deixará de bater porque “dá Ibope” criticar a empresa.

Veja