O vice-presidente da Engevix, Gérson de Mello Almada, preso desde novembro em Curitiba, afirmou que parte do dinheiro desviado da Petrobras serviu para pagar campanhas eleitorais de aliados do Palácio do Planalto. Na defesa entregue à Justiça Federal, seus advogados disseram que o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa costumava achacar os empresários em nome de partido ou do governo.
“Faz mais de 12 anos que um partido político passou a ocupar o poder no Brasil. No plano de manutenção desse partido no governo, tornou-se necessário compor com políticos de outros partidos, o que significou distribuir cargos na administração pública, em especial, em empresas públicas e em sociedades de economia mista”, diz a defesa, comandada pelo advogado Antônio Sérgio de Pitombo, segundo O Estado de S. Paulo.
De acordo com a defesa, informa a Folha de S. Paulo, “o pragmatismo nas relações políticas chegou a tal dimensão que o apoio no Congresso passou a depender da distribuição de recursos a parlamentares. O custo alto das campanhas eleitorais levou, também, à arrecadação desenfreada de dinheiro para as tesourarias dos partidos”.
Segundo a Folha, apesar de ligar o governo federal ao esquema, Almada não apresentou provas. Ao se defender desta maneira, fica clara a tática do empreiteiro de mostrar que o caso não pode ser desmembrado. Enquanto os empresários e pessoas ligadas a Petrobras são julgadas na primeira instância, pelo juiz Sérgio Moro, os políticos com prerrogativas de foro ficarão no Supremo Tribunal Federal (STF).