Na tarde desta Terça-Feira quando a Dinamarca ainda se ouvia o ecoar das águas e quando o sol a pino dava luz clara ao sertão das Espinharas, ali naquela gleba hospitaleira dos Pereira Monteiro, em Serra Negra o seu Coroné da velha política lhe dava seu último Adeus. Bezerra Faria, como era conhecido ou Bezerrinha para os mais íntimo e Bezerra de Serra Negra para a grande maioria na verdade deixava sua terra e sua gente quando a idade já lhe cobrava descanso da grande missão já ali desempenhada. Grande homem em tudo, grande autoridade não só local mas regional, Clementino Bezerra era por todas as ribeiras das Espinharas, Piranhas e Seridó respeitado, querido e amado, as vezes devotado pelos grandes pleitos feitos, porém jamais desmanchados, ou afetados. Homem do seu tempo e para todo tempo, honrou a bandeira do povo e da sua grande ascendência política quando na verdade ingressou na vida pública ainda muito jovem, administrou fazendas de gados a velhos currais de aroeiras e cercados, deu ordens a tudo e nunca lhe foram maculados, participou da velha política quando dela herdou lhe o título coronel da verdade, de prestígio em tudo soube no tempo e no espaço cultivar as grandes amizades.
Governou o município de Serra Negra em cinco ocasiões (1949 a 1953, 1973 a 1976, 1983 a 1988 e de 2002 a 2004).
Fonte: Arysson Soares