Arquivo diários:30/03/2015

Dirigentes defendem que PT “corrija rumos” e “saia da defensiva”

Da FolhaPress

No momento em que o PT enfrenta uma das maiores crises de sua história, os diretórios estaduais da sigla divulgaram nesta sexta-feira (30) um manifesto no qual defendem que é hora de a legenda “assumir responsabilidades”, “sair da defensiva” e “corrigir rumos”.

O documento reconhece que, em seus 35 anos de história, o partido cometeu erros e deve retomar os valores que pautaram a sua criação, em 1980.

O ponto de partida para a mudança seria o V Congresso do PT, marcado para junho, na Bahia. “A fim de que retome sua radicalidade politica, seu caráter plural e não dogmático”, pregou.

No documento, os dirigentes estaduais da sigla defendem dez bandeiras tradicionais da esquerda para reaproximar o partido, e consequentemente, o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), da base social da legenda.

As principais propostas são a orientação da bancada petista no Congresso Nacional a aprovar proposta de taxação de grandes fortunas, que sofre resistências de setores do governo federal, a aprovação das reformas política e tributária e a ampliação dos direitos trabalhistas, na contramão do ajuste fiscal elaborado pelo ministro Joaquim Levy (Fazenda).

“A hora não é de recuo, é de avançar com coragem e determinação”, diz o texto, que defende ainda a formação de uma ampla frente de esquerda com partidos de esquerda, movimentos sociais e centrais sindicais, inspirado no que existe no Uruguai.

Patota de Carlos Eduardo Alves quer defenestrar Wilma da vice-prefeitura

Quem conversa com o prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves ou com a turma dele, sente que o clima de já ganhou é total.

Para se ter uma ideia, tem um grupo que está defendendo dispensar Wilma e o PSB com todos seus penduricalhos.

O vereador-secretário, Raniere Barbosa que está de saco cheio na Semsur, já se apresentou como candidato a vice-prefeito na chapa dos Alves.

A ideia agrada Carlos Alves que também acha que será eleito governador em 2018, portanto, tem que deixar a prefeitura com uma pessoa de sua total confiança.

 

Alunos de universidade usam roupa da Ku Klux Klan para receber calouros

  • Reprodução/Facebook

Calouros de medicina da Unesp (Universidade Estadual Paulista), em Botucatu, foram recebidos em uma festa por veteranos do 6º ano que vestiam fantasias semelhantes às usadas pela Ku Klux Klan, seita norte-americana que pregava a supremacia da raça branca.

O caso aconteceu no dia 5 de março em uma festa chamada de “Batizado da Medicina”, organizado por alunos da 48º turma do curso, e foi denunciado pela página “Opressão na Medicina”, no Facebook.

Também nas redes sociais, a página “Rede de Proteção às vítimas de violência nas universidades” divulgou nesta segunda-feira algumas fotos da festa. “A KKK é exemplo de ódio, de eugenia, intolerância e morte. O que pensar de médicos que se predispõe a emular coisas que existiram de pior na história da humanidade?”, diz a publicação na página.

Em uma nota assinada pelos estudantes da 48ª turma de medicina da Unesp de Botucatu eles afirmam que o evento é realizado anualmente, sendo que o 6° ano vigente é responsável por elaborar uma fantasia de caráter misterioso para a festa. “No caso referente a nossa turma, o tema da fantasia escolhido foi de “Carrasco”, utilizando roupas pretas e máscaras. As fantasias foram utilizadas apenas para a entrada da turma, sendo que foram retiradas logo após a entrada, dando início a confraternização com os calouros no evento”, afirmaram os alunos.

Redução da maioridade penal divide opiniões na CCJ

Integrantes da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) divergem sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 171/93, que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos. A admissibilidade da PEC voltará a votação novamente nesta terça-feira (31).

Após várias obstruções do PT, os deputados foram obrigados a votar um requerimento do deputado Marcos Rogério (PDT-RO) pedindo o encerramento das discussões sobre o tema. O requerimento foi aprovado por por 41 votos a 7. Agora, a votação da admissibilidade da PEC ficará para esta terça-feira.

Para o líder do PSC, deputado Andre Moura (SE), o Brasil é um dos poucos países do mundo que relutam em reduzir a maioridade penal. “Os adolescentes das décadas de 70 e 80 até poderiam falar que não têm consciência de seus atos. Hoje em dia não. Não podemos mais esperar.”

O deputado Lincoln Portela (PR-MG) afirmou que a inclusão de menores de 18 em cadeias não criaria uma “universidade do crime”, como argumentaram parlamentares contra a redução. “Não pensem que os apenados querem os menores lá dentro, porque eles têm medo deles [dos adolescentes], que têm sangue nos olhos.”

federais walter fabio e felipe
Walter, Fábio e Felipe são favoráveis a redução da maioridade penal

TV Assembleia exibirá shows do Projeto Seis e Meia para todo RN

Os shows do projeto Seis e Meia vão poder ser acompanhados pela TV Assembleia em todo o Rio Grande do Norte. As edições serão gravadas nas primeiras terças-feiras do mês, dia em que ocorrem os shows do projeto, e exibidas em um especial na semana seguinte ao espetáculo.

Ao todo, a equipe de gravação envolve 10 profissionais, entre técnicos e jornalistas, coordenados pelo diretor de imagens Paulo Henrique Braga. O especial mostrará os bastidores dos shows e entrevistas.

“A parceria foi uma proposta nossa no sentido de valorização dos artistas, da cultura potiguar, que é uma das frentes da emissora”, explica o diretor da TV Assembleia Bruno Giovanni.

Com ações da Petrobras, BNDES registra perdas de R$ 2,6 bilhões

A crise da Petrobras e queda de valor de mercado da companhia contaminou o balanço do BNDES, que detém 17% do capital total da petroleira também estatal. O banco teve uma perda de R$ 2,6 bilhões, ao reavaliar o valor de sua participação na companhia em razão “do declínio prolongado e significativo no valor de mercado das ações” da empresa.

O BNDES estimou esse valor com uma perda “passível de não recuperação”, seguindo recomendações do Banco Central. Dessa cifra, R$ 1 bilhão foi lançada no balanço do ano passado e reconhecida como perda. O restante –que o banco ainda espera recuperar– permanece no patrimônio do banco, como um ajuste de avaliação patrimonial.

Segundo o BNDES, o tamanho da perda de valor da participação na Petrobras levou em conta uma nova em avaliação econômico-financeira da companhia –que sofre com a depreciação de seus ativos diante da queda do petróleo e das perdas com corrupção. O banco diz que a empresa não gerou baixas decorrentes de inadimplência em empréstimos.

Frei Betto: “Assistimos ao começo do fim. PT tende a virar arremedo do PMDB

Frei Betto sobre 12 anos de governo petista: “O governo facilitou o acesso dos brasileiros aos bens pessoais, mas não aos bens sociais

Referência histórica do PT, amigo pessoal do ex-presidente Lula há três décadas e ex-vizinho da presidenta Dilma em Belo Horizonte, Frei Betto divulgou um manifesto, durante a campanha eleitoral, com 13 motivos para votar na reeleição da petista. Três meses após a posse da presidenta reeleita, o religioso demonstra decepção com Dilma e o PT e diz que as 13 razões não foram abraçadas pela presidenta, a quem acusa de ter montado um “ministério esdrúxulo”.

Para ele, o país assiste ao começo do fim do Partido dos Trabalhadores, que tende a virar um “arremedo” do PMDB. Em entrevista à coluna de Sônia Racy, no jornal O Estado de S. Paulo, Frei Betto diz que o PT só tem uma saída: ser fiel às suas origens e buscar a governabilidade pelo estreitamento de seus vínculos com os movimentos sociais. “Fora disso, tenho a impressão de que estamos começando a assistir ao começo do fim. Pode até perdurar, mas o PT tende a virar um arremedo do PMDB”, criticou.

Ex-coordenador do Fome Zero no início do primeiro governo Lula, o religioso diz que, em 12 anos de governo, o PT não conseguiu tirar do papel nenhuma reforma de estrutura prometida em seus documentos originais, trocou um “projeto de Brasil” por um “projeto de poder”, jogou os movimentos sociais para escanteio e ficou refém e dependente de “alianças espúrias” com o Congresso.

Veja a íntegra da entrevista de Frei Betto ao Estadão

Em editorial, Folha admite que Justiça favorece políticos do PSDB

Da Folha, em editorial:

Prescrição, atrasos, incúria e engavetamento beneficiam políticos do PSDB acusados de irregularidades, inclusive no dito mensalão tucano

A liberdade, como ensina o lema dos inconfidentes, será sempre desejável, mesmo que tardia. Nem sempre se pode dizer o mesmo, contudo, da Justiça.

Uma decisão tardia pode bem ser o equivalente da iniquidade completa, e um processo que se arrasta sem condenados nem absolvidos só pode resultar no opróbrio de todos –inocentes e culpados, juízes e réus, advogados e acusadores.

Há um ano, o Supremo Tribunal Federal encaminhou à primeira instância da Justiça de Minas Gerais o julgamento do ex-senador Eduardo Azeredo, do PSDB. Nada aconteceu desde então.

Ex-presidente de seu partido, Azeredo é acusado de ter abastecido sua campanha ao governo de Minas, em 1998, com verbas desviadas de estatais, valendo-se de empréstimos fictícios.

Não são mera coincidência as semelhanças desse episódio com o que viria a ser revelado no escândalo do mensalão petista, alguns anos depois. Um de seus principais personagens, o empresário Marcos Valério, havia sido também responsável pelo esquema tucano.

Apesar de inúmeros adiamentos e dificuldades, o caso petista foi julgado no STF. Natural que inspire movimentos de revolta e consternação o fato de que, embora ocorrido alguns anos antes, seu equivalente tucano continue a repousar no regaço da Justiça mineira.

Correndo inicialmente no Supremo, uma vez que parlamentares como Clésio Andrade (PMDB) e o próprio Azeredo figuravam entre os implicados, o processo teve de ser enviado à primeira instância: os réus tinham renunciado a seus cargos no Congresso.

A decisão do STF, remetendo o caso a Minas Gerais, foi tomada em março de 2014. O trajeto de Brasília a Belo Horizonte consumiu cinco meses. Em 22 de agosto, o processo chega à 9ª vara criminal. Era só proceder ao julgamento; nenhuma instrução, nenhuma audiência, nada mais se requeria. Que o juiz examinasse os autos.

Juiz? Que juiz? A titular da vara aposentou-se em janeiro; não se nomeou ninguém em seu lugar.

Havia –e ainda há– pressa: alguns réus, dentre eles Azeredo, podem beneficiar-se da prescrição; outros envolvidos já escaparam por esse motivo.

A lentidão mineira se soma ao caso de entravamento da Justiça ocorrido em São Paulo, para benefício de outro político do PSDB.

Por três anos, um desembargador retardou o exame de irregularidades na gestão do hoje deputado estadual Barros Munhoz à frente da Prefeitura de Itapira. Veio a prescrição, e as suspeitas sobre crimes como formação de quadrilha e omissão de informações nem chegaram a ser julgadas.

Não se trata, claro está, da “liberdade ainda que tardia” ostentada na bandeira de Minas Gerais. Entre essas figuras do PSDB, “impunidade na última hora” há de ser lema bem mais adequado.