Ex-presidente da CBF e mais seis são detidos por corrupção na Fifa em operação do FBI

  • Do UOL, em São Paulo

Uma operação liderada pelo FBI deteve sete dirigentes de alto escalão, sob a acusação de corrupção na Fifa. Entre eles está José Maria Marin, ex-presidente da CBF, que deixou o cargo a menos de dois meses. A dois dias da eleição para a presidência da entidade máxima do futebol, autoridades suíças – em parceria com a agência dos EUA – adentraram o hotel cinco estrelas em Zurique em que estes cartolas estavam hospedados e fizeram as detenções, de acordo com nota oficial do Departamento de Justiça norte-americano.

Os detidos no Baur au Lac Hotel serão extraditados para os Estados Unidos, para dar seguimento na investigação. Segundo o comunicado do Departamento de Justiça, um total de 14 réus são acusados de extorsão, fraude, lavagem de dinheiro, entre outras irregularidades.

“A acusação alega que a corrupção é desenfreada, sistêmica, e que está enraizada aqui nos Estados Unidos”, disse procuradora-geral da Justiça norte-americana Loretta Lynch. “Os réus (são acusados) de participação em um esquema de 24 anos para enriquecer a eles próprios através da corrupção no futebol internacional.”

A investigação aponta suborno de US$ 150 milhões (cerca de US$ 450 milhões) em questões ligadas a transmissão de jogos e direitos de marketing do futebol na América do Sul e Estados Unidos.

Os outros dirigentes detidos em Zurique são Jeffrey Webb (presidente da Concacaf), Eduardo Li (presidente da Federação Costarriquenha), Julio Rocha, Costas Takkas, Rafael Esquivel e Eugenio Figueiredo (ex-presidente da Conmebol). A sede da Concacaf, nos EUA passará pela execução de um mandado de busca, em Miami.

Além disso, membros do Ministério Público da Suíça recolheram documentos e dados eletrônicos na sede principal da Fifa, em Zurique. Além disso, o órgão anunciou que abriu um processo criminal por suspeitas de gestão desleal e lavagem de dinheiro em relação com a escolha das sedes da Copa do Mundo de 2018 e 2022.

A nota oficial do Departamento de Justiça dos Estados Unidos informa ainda que, em outra fase da investigação, o empresário brasileiro J Hawilla concordou em pagar US$ 150 milhões, valores referentes a fraudes, desvios e lavagem de dinheiro. Desse montante, Hawilla devolveu US$ 25 milhões em dezembro de 2014. O empresário é dono da Traffic, agência detentora de direitos de transmissão e parceira da CBF.

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