Depois que Dilma foi afastada, corrupção continuou e o povo calou

Apesar de promessas, ruas ficam esvaziadas após impeachment

Em São Paulo

Motivados, promovidos e remunerados pelas grandes empresas e banqueiros da avenida Paulista, as manifestações de protestos depois do afastamento da presidente Dilma, parou.

As panelas silenciaram. A temperatura das ruas baixou. Tudo parece ter voltado à velha normalidade. Mas, alto lá, não era contra a corrupção? Não haveria resistência contra aquilo que foi chamado de golpe? Onde estão “coxinhas” e “mortadelas”? Para onde foi todo mundo?

No dia 13 março deste ano, a imprensa trombeteava “a maior manifestação da história do país”. Segundo estimativa da Polícia Militar, mais de 3 milhões de brasileiros foram às ruas para pedir a saída de Dilma Rousseff da Presidência da República. Dias depois, apoiadores de Dilma também tomaram as ruas e arregimentaram milhares de manifestantes Brasil afora, conforme a PM e organizadores.

Atos de abrangência nacional ocorreram até que o afastamento provisório de Dilma fosse votado, em 12 maio. Depois disso, um protesto contra o governo interino contou com atos em quase todas as capitais e levou muita gente à avenida Paulista, em São Paulo, mas a PM não divulgou o público presente. Desde então, só manifestações pontuais, aqui e acolá, nada muito retumbante. A promessa de incendiar o país acabou por não se concretizar. E, ao menos por enquanto, a luta contra a corrupção também se acanhou.