Palocci não resistiu à ‘Guantánamo meridional’, diz advogado
Ao deixar defesa, José Roberto Batochio fala em “sofrimento psicológico” do ex-ministro
Depois de deixar a defesa do ex-ministro Antonio Palocci, que decidiu negociar uma delação premiada com o Ministério Público Federal, o criminalista José Roberto Batochio disparou contra a Operação Lava Jato. Crítico dos acordos de colaboração e das prisões preventivas determinadas pelo juiz Sergio Moro, Batochio comparou Curitiba, onde Palocci está preso, a Guantánamo, em Cuba, onde fica a prisão americana para acusados de terrorismo, aberta pelo ex-presidente George W. Bush em 2002, no auge da Guerra ao Terror.
“Palocci não resistiu ao sofrimento psicológico que lhe foi imposto em Guantánamo meridional”, declarou o advogado, referindo-se à capital paranaense, base da Lava Jato.
Nesta sexta-feira, diante da promessa de que “muito em breve” poderá ganhar a liberdade, Palocci comunicou Batochio, seu advogado de confiança, que não precisa mais de sua assistência. O ex-ministro está preso desde setembro de 2016.
Ele teria comunicado ao criminalista que a saída dele da causa foi uma “primeira exigência” da força-tarefa da Lava Jato. Batochio, “por princípio”, não defende clientes que fazem delação premiada. Nos últimos meses, o criminalista tem travado um embate tenso com os procuradores do Ministério Público Federal e não desiste de tentar habeas corpus para o ex-ministro no Supremo Tribunal Federal (STF).