Arquivo diários:20/05/2017

Estátua de Tancredo amanhece com placa: ‘Que vergonha’

Em meio ao rebuliço causado pelo furacão de denúncias que vem abalando (ainda mais) o país esta semana, um protesto singelo virou notícia na cidade de São João del-Rei, em Minas Gerais.

Uma estátua de Tancredo Neves, localizada em frente ao memorial que leva seu nome e preserva fotos e documentos relacionados a ele, amanheceu com uma placa em branca com os seguintes dizeres: “Que vergonha dos meus netinhos! Que vergonha”.

JBS é alvo de ação de hackers

A JBS foi alvo de uma ação de hackers neste sábado (20).

De acordo com o site de tecnologia “TecMundo”, a ação partiu do grupo de hackers Anonymous e conseguiu acessar senhas, implantar usuários no banco de dados da companhia e monitorar a navegação.

O site remete a uma carta que teria sido enviada pelo Anonymous.

“Não iremos descansar enquanto não caírem todos!”, diz o comunicado. “Aos trabalhadores dessas empresas, saibam que o problema não é com vocês. E, sim, com essa corja de ladrões, corruptos, filhos da puta, que estão acabando com o nosso povo e nosso país.”

A assessoria de imprensa da companhia confirma que houve apenas uma “tentativa” de invasão, mas nega que tenha havido impactos.

Em seu acordo de delação premiada, o empresário Joesley Batista, dono da JBS, gravou o presidente Michel Temer, desencadeando a maior crise do governo atual, e admitiu ter pago R$ 500 milhões em doações eleitorais a políticos nos últimos 15 anos.

Fachin acata pedido do advogado de Temer e determina perícia em áudio

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, deferiu na noite deste sábado os pedido feito pelo presidente Michel Temer de perícia nas conversas entregues à Procuradoria-Geral da República pelo empresário Joesley Batista, fundador do grupo JBS.

Os áudios basearam o acordo de delação premiada firmado pela JBS com o Ministério Público Federal e, de acordo com o jornal Folha de S.Paulo, teria sofrido aproximadamente 50 cortes. O jornal O Globo, responsável pela publicação inicial da existência da gravação, publicou matéria alegando que o tempo de gravação não condiziria com cortes.

Fachin não atendeu ao pedido de suspensão das investigações até que saia o resultado da perícia. Isso será decidido pelo plenário do Supremo na próxima semana. “O pedido de suspensão do inquérito formulado pelo presidente da República foi oficiado pelo ministro relator à presidência do STF, e será  levado ao colegiado na próxima quarta-feira”, afirmou o ministro na decisão, conforme a Secretaria de Comunicação do STF.

Editorial do Estadão aponta para uma conspiração

A hora da responsabilidade

O Estado de S.Paulo
Nesse clima de fim de mundo, revoam os urubus. Parlamentares e líderes políticos, uns mais criativos que outros, propõem as soluções mais estapafúrdias para uma crise que só existe porque grassa a insensatez entre aqueles que deveriam preservar a estabilidade no País

Este grave momento da vida nacional deverá passar à história como aquele em que a irresponsabilidade e o oportunismo prevaleceram sobre o bom senso e sobre o interesse público. Tudo o que se disser agora sobre os desdobramentos do terremoto gerado pela delação do empresário Joesley Batista, em especial no que diz respeito ao presidente Michel Temer, será mera especulação. Mas pode-se afirmar, sem dúvida, que a crise é resultado de um encadeamento de atitudes imprudentes, tomadas em grande parte por gente que julga ter a missão messiânica de purificar a política nacional. A consequência é a instabilidade permanente, que trava a urgente recuperação do País e joga as instituições no torvelinho das incertezas – ambiente propício para aventureiros e salvadores da pátria.

O vazamento de parte da delação do empresário Joesley Batista para a imprensa não foi um acidente. Seguramente há, nos órgãos que têm acesso a esse tipo de documento, quem esteja interessado, sabe-se lá por quais razões, em gerar turbulência no governo exatamente no momento em que o presidente Michel Temer parecia ter arregimentado os votos suficientes para a difícil aprovação da reforma da Previdência. Implicar Temer em uma trama para subornar o deputado cassado Eduardo Cunha a fim de mantê-lo calado, como fez o delator, segundo o pouco que chegou ao conhecimento do público, seria suficiente para justificar seu afastamento e a abertura de um processo contra o presidente – o Supremo Tribunal Federal já autorizou a instauração de inquérito.

É preciso destacar, no entanto, o modus operandi do vazamento. A parte da delação que foi divulgada não continha senão fragmentos de frases transcritas de uma gravação clandestina feita por Joesley Batista em uma conversa com Temer. Não se conhecia o contexto em que o diálogo se deu, porque a gravação não foi tornada imediatamente pública. Durante as horas que se seguiram à divulgação da existência do explosivo material, mesmo que não se soubesse o exato teor do que disse Temer, criou-se um fato político gravíssimo. A demora em tornar pública a gravação se prestou, deliberadamente ou não, a prejudicar o acusado, encurralando-o. A versão que certamente interessava ao vazador, portanto, se impôs.

Até mesmo uma conversa informal, na qual Temer teria confidenciado a Joesley Batista que a taxa de juros estava para cair – o que qualquer pessoa medianamente inteirada da conjuntura já imaginava –, está sendo interpretada como tráfico de informação privilegiada. O Banco Central informou o óbvio – que não há possibilidade de que Temer tenha tido conhecimento antecipado de uma decisão sobre juros –, mas, num momento em que o debate político se resume ao disse que disse frívolo das redes sociais, prevalece não a verdade, mas o rumorejo.

Não é de hoje que há vazamentos desse tipo – e isso só pode ser feito por quem tem acesso privilegiado a documentos sigilosos. Ao longo de toda a Operação Lava Jato, tornou-se corriqueira a divulgação de trechos de depoimentos de delatores, usados como armas políticas por procuradores. O vazamento a conta-gotas das delações dos executivos da Odebrecht que envolvem quase todo o Congresso Nacional, mantendo o mundo político em pânico em meio a especulações sobre o completo teor dos depoimentos, foi um claro exemplo desse execrável método.

Enquanto isso, fica em segundo plano o fato de que Joesley Batista e outros delatores sairão praticamente livres, pagando multas irrisórias, embora tenham cometido – e confessado! – cabeludos crimes. Para honrar tão generoso acordo com o Ministério Público, o empresário saiu por Brasília a armar flagrantes, com gravador escondido no bolso, a serviço dos que pretendem reformar a política na marra.

Nesse clima de fim de mundo, revoam os urubus. Parlamentares e líderes políticos, uns mais criativos que outros, propõem as soluções mais estapafúrdias para uma crise que só existe porque grassa a insensatez entre aqueles que deveriam preservar a estabilidade no País.

Resta demandar que a Constituição não seja rasgada ao sabor das conveniências daqueles que lucram com o caos.

Tá danado: ex-braço-direito de Janot atua em escritório que negociou leniência da JBS, diz colunista do Estadão

Vera MagalhãesVera Magalhães

O ex-procurador da República Marcelo Miller, um dos principais braços-direitos de Rodrigo Janot no Grupo de Trabalho da Lava Jato até março deste ano, passou a atuar neste ano no escritório que negocia com a Procuradoria Geral da República os termos da leniência do grupo JBS, que fechou acordo de delação premiada na operação.

A decisão de Miller de deixar o Ministério Público Federal para migrar para a área privada, que pegou a todos no MPF de surpresa, veio a público em 6 de março, véspera da conversa entre Joesley Batista e Michel Temer, gravada pelo empresário, no Palácio do Jaburu, que deu origem à delação.

Vem Pra Rua subiu no telhado e diz que cancelou ato anti-Temer porque PM não garantiu segurança; polícia nega

Após a eclosão do escândalo que abalou o governo, comunicados em redes sociais prometiam manifestações contra o presidente Michel Temer em ao menos 20 cidades. Milhares de pessoas confirmaram a presença nos eventos, previstos para ocorrer em pelo menos 11 Estados diferentes no próximo domingo. Mas tudo foi cancelado.

O único motivo, segundo o líder do movimento Vem Pra Rua, Rogério Chequer, é a falta de segurança oferecida pela Polícia Militar de São Paulo.

“Marcamos essa manifestação na quarta-feira, pouco tempo antes da realização. Na quinta-feira, fomos coordenar com a PM, como sempre fizemos em todas as outras manifestações, e eles informaram que não poderiam oferecer o nível de segurança oferecido nas anteriores por causa da Virada Cultural, que está consumindo muitos recursos”, afirmou.

Procurada pela BBC Brasil, a Polícia Militar negou a informação.

“Em nenhum momento, a PM informou que não haveria possibilidade de garantir a segurança de participantes”, disse a Secretaria da Segurança Pública do Estado.

 

Advogado de Temer ingressa com pedido para suspender inquérito no STF

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Antonio Claudio Mariz de Oliveira

GUSTAVO URIBE
DE BRASÍLIA

A defesa do presidente Michel Temer ingressou na tarde deste sábado (20) no STF (Supremo Tribunal Federal) com pedido de suspensão de inquérito aberto contra o peemedebista por corrupção, obstrução de justiça e formação de organização criminosa.

A petição foi apresentada pelo escritório do advogado criminalista Antonio Claudio Mariz de Oliveira, amigo do presidente. Nela, é questionada a validade de gravação feita pelo empresário Joesley Batista em conversa com o peemedebista e é solicitada a nomeação de um perito para analisar o conteúdo apresentado.

Primo Bolsonaro também comeu filé da Friboi, ele recebeu R$ 200 mil da JBS

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Bolsonaro com o ex-vereador de Caicó, primo Leleu Fontes, marcando sua visita ao RN

O nome do deputado federal Jair Bolsonaro (PP) também pode estar ligado ao escândalo da Lava Jato. No site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em “Consulta aos Doadores e Fornecedores de Campanha de Candidatos”, consta que ele recebeu o valor de R$ 200 mil da JBS, durante sua campanha em 2014.

Naquele ano, Bolsonaro foi reeleito deputado federal com o maior número de votos no Rio de Janeiro – recebeu mais de 460 mil votos. O site Vice, trouxe a questão à tona.

O político postou um vídeo em seu canal do YouTube, onde afirma que os R$ 200 mil, metade do valor gasto em sua campanha, foram devolvidos como “doação ao partido”. No entanto, na planilha do TSE, os mesmos R$ 200 mil voltam à conta de Bolsonaro, agora numa doação feita pelo fundo partidário.Reprodução/ TSE

Fonte: www.metropoles.com