Segundo Joesley Batista, titular da pasta do Desenvolvimento recebeu 6 milhões de reais em troca da liberação de um financiamento bilionário na Caixa
Revista Veja
O empresário Joesley Batista, do Grupo JBS, narrou em sua delação premiada todos os pagamentos de propina que vinha fazendo até o final de março último para o Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Marcos Pereira, do PRB, que é pastor evangélico. Joesley disse que, para conseguir um empréstimo na Caixa Econômica Federal no valor de 2,7 bilhões de reais, no ano passado, teve de pagar 6 milhões de reais em propina para o ministro.
Joesley contou que, ao procurar a Caixa para fazer o empréstimo, foi procurado pelo vice-presidente do banco, Antonio Carlos Ferreira, e este disse que sua permanência no cargo, por indicação do PRB, “dependia do atendimento a certos pedidos feitos por quem lhe indicou”. Antonio Carlos explicou então, segundo Joesley, que 100% do dinheiro deveria ser destinado ao seu padrinho – no caso, Marcos Pereira. Antonio Carlos é vice-presidente da Caixa desde julho de 2014.
O dono do JBS disse a Antonio Carlos que o ministro deveria procurá-lo pessoalmente, já que se conheciam. Foi no encontro, marcado logo depois, que Marcos Pereira pediu o pagamento de 6 milhões em parcelas de 500 mil reais. Joesley diz que chegou a quitar 4,2 milhões de reais. O último pagamento, no valor de 700 mil reais, foi entregue pessoalmente para o ministro, no dia 24 de março último, na casa de Pereira.