Procurador da República só foi preso por que Joesley dedurou

Resultado de imagem para Ângelo Goulart VillellaAs investigações sobre a Operação Patmos que envolvem a suposta corrupção do procurador da República Ângelo Goulart Villella e do advogado Willer Tomaz, com vazamentos de informações para o grupo JBS, ainda têm muitos elementos a serem analisados e podem envolver outros personagens.

Depois de denunciado por Joesley Batista, a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou uma ação controlada que registrou um jantar na mansão onde funciona o escritório de Willer, ocorrido em 3 de maio, e ainda a quebra de sigilo telefônico e telemático de Willer e do procurador.

Eles estão presos preventivamente desde a última quinta-feira no presídio militar do Complexo Penitenciário da Papuda, sob suspeita de participação de uma organização criminosa, corrupção e vazamento de informações sigilosas. Os crimes podem levar à demissão do procurador da República.

De acordo com depoimento do empresário Joesley Batista e do advogado dele, Francsico de Assis e Silva, Ângelo Vilella gravou uma audiência em que Mário Celso Lopes, ex-sócio da J&F Investimentos, holding da família Batista, prestou depoimento na força-tarefa da Operação Greenfield. Os áudios teriam sido repassados ao advogado Willer Tomaz e, em seguida, a Joesley.

Durante duas semanas, numa ação também controlada pela Procuradoria-Geral da República, a Polícia Federal monitorou o entra e sai de clientes, políticos e advogados no escritório de Willer Tomaz, no Lago Sul.

Entre 3 de maio e a deflagração da Operação Patmos, na última quinta-feira, os e-mails e ligações telefônicas de Willer e do procurador da República também foram interceptados. O Correio tentou contato ontem com as defesas dos dois investigados, mas não conseguiu localizá-las.