Arquivo diários:07/08/2017

Na Paulista, manifestantes fazem ato contra deputados que votaram por Temer

Estadão Conteúdo

Uma manifestação contra a corrupção e os deputados que barraram a denúncia contra o presidente Michel Temer em votação na quarta-feira passada, 2, reuniu algumas dezenas de pessoas na Avenida Paulista neste domingo, 6.

Convocados pelo movimento Quero um Brasil Ético e pelo advogado Luiz Flávio Gomes, os manifestantes carregavam cartazes com fotos e nomes dos 29 deputados federais de São Paulo que votaram contra o prosseguimento da investigação. “Temos que recordar todos os dias o nome e a cara deles. Quem apoia a corrupção é tão culpado quanto ele (Temer)”, diz um texto distribuído pela organização.

Além dos nomes dos deputados, os manifestantes carregavam faixas e entoavam palavras de ordem em defesa da Operação Lava Jato, contra o direito a foro privilegiado e a profissionalização da política e a favor das candidaturas avulsas, independentes de partidos políticos. Uma delas dizia: “Fora Temer! Fora Lula! Fora Aécio (Neves)! Fora todos os corruptos!”

Alguns deles, com camisetas verde e amarelas, levavam mensagens contra o PT e o Foro de São Paulo. “Somos aqui hoje menos do que a gente queria, mas vai chegar o dia (em que o povo voltará às ruas), está chegando. Isso aqui é só a ponta do iceberg”, disse Luiz Flávio Gomes.

Segundo ele, “as ruas estão fora das ruas” porque não existe uma motivação ideológica para as pessoas irem às ruas. “Em 2015 e 2016 havia uma razão ideológica. As pessoas queriam tirar o PT”, disse o advogado.

Ele criticou a declaração de Temer que, em entrevista ao Estado, disse que com Rodrigo Janot, procurador-geral da República, fora da Procuradoria-Geral da República a Lava Jato entrará “no rumo certo”. “Isso é um perigo. A futura procuradora (Raquel Dodge) tem uma responsabilidade com o País. Se ela for conivente com o crime organizado estará jogando o currículo dela no lixo”, disse Gomes.

‘Volta, Dilma’

Enquanto isso um grupo que se diz suprapartidário coletava assinaturas, também na Avenida Paulista, para uma ação popular pedindo que o Supremo Tribunal Federal vote com urgência o recurso da defesa da ex-presidente Dilma Rousseff que pede a anulação do impeachment.

Segundo a professora aposentada Amanda Leite, filiada ao PT e coordenadora do Comitê de Luta Contra o Golpe, o objetivo é conseguir 1,3 milhão de adesões. Até agora, em 15 dias o grupo conseguiu cerca de 25 mil assinaturas, entre elas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Organizadores da ação disseram ter sido hostilizados e agredidos verbalmente por integrantes de grupos de direita que foi às ruas contra Dilma. “Disseram que somos todos comunistas e bolivarianistas”, disse Amanda. “Mas não temos vínculo nem apoio de partidos políticos”, completou. (Ricardo Galhardo)

Novas delações podem atingir inquéritos sobre Temer, diz Janot

BRASÍLIA, (DF), 05-08-2017 Entrevista exclusiva com o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, em sua residência, no Lago Sul. Foto: Sérgio Lima/Folhapress ***ESPECIAL***EXCLUSIVA*** ORG XMIT: Sergio Lima

LEANDRO COLON
DIRETOR DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
REYNALDO TUROLLO JR.
DE BRASÍLIA

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, 59, diz que “colaborações em curso” podem ajudar nas investigações contra o presidente Michel Temer por suspeita de obstrução de Justiça e organização criminosa.
Os inquéritos servem para embasar novas denúncias contra o peemedebista.

A PGR negocia, segundo a Folha apurou, as delações do ex-deputado Eduardo Cunha e do operador financeiro Lúcio Funaro, ambos presos pela Lava Jato.

Janot diz que não pode confirmar as tratativas, mas questionado sobre o que um político como o ex-presidente da Câmara tem de entregar para fechar um acordo, ele respondeu: “O cara está neste nível aqui [faz um sinal com uma mão parada no ar], ele tem que entregar gente do andar para cima [mostra um nível acima com a outra mão]. Não adianta ele virar para baixo, não me interessa”.

O procurador-geral recebeu a Folha em sua casa no sábado (5), em Brasília, para uma entrevista. Indicou que prepara nova denúncia contra Temer, revelou que pedirá a anulação de uma delação e afirmou que a saída para o país não é “considerar bandido como político”.

Janot, cujo mandato na PGR termina em 17 de setembro, contou que pretende tirar férias acumuladas até abril e projeta se aposentar no meio do ano que vem.

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