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SÃO PAULO – Em mais um capítulo do aprofundamento das divisões internas do PSDB, o diretório do partido na cidade de São Paulo divulgou uma nota neste domingo em que “repudia veementemente” qualquer tentativa de articulação política entre o senador Aécio Neves (MG) e o presidente Michel Temer. Na sequência, o diretório estadual do partido divergiu em outra nota.
“A presença de Aécio Neves hoje, em reuniões internas ou públicas, só nos causa desconforto e embaraços. Prove sua inocência, senador, e aí sim retorne ao partido”, diz o comunicado do diretório, publicado pelo vereador Mario Covas Neto, presidente do PSDB paulistano na tarde do domingo.
“Que fique claro: quem pode falar em nome do PSDB é quem está no exercício da presidência. No caso, o senador Tasso Jereissati [CE]”, acrescenta a nota.
Em nota, o presidente estadual do partido, Pedro Tobias, disse que, “como senador eleito por Minas Gerais, Aécio tem o dever de exercer na plenitude o seu mandato”.
“O PSDB de São Paulo defende veementemente o direito democrático de todo brasileiro de emitir sua opinião, mas não pode concordar com o posicionamento do vereador Mario Covas Neto”, afirmou Tobias.
Tobias disse, por fim, que “o PSDB paulista trabalha e continuará atuando pela unidade partidária em todos os seus níveis”.
Nacionalmente, o partido também está dividido. Um dos episódios mais recentes a evidenciar o racha foi a votação na Câmara do andamento da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra Temer.
Ao longo da crise gerada pela delação premiada da JBS, que embasou a denúncia, parte dos tucanos passou a defender a permanência dos ministros do partido no governo; outra parte passou a defender o desembarque.
Mais recentemente, uma peça publicitária de TV do PSDB gerou indignação entre os defensores de Temer no partido com a condução da sigla pelo presidente interino, Tasso Jereissati.
Aécio se licenciou da presidência da legenda em maio, após ter sido gravado pelo empresário Joesley Batista pedindo R$ 2 milhões, e foi alvo de denúncia da Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal (STF). Em seu lugar, Jereissati assumiu interinamente.
O grupo ligado a Aécio e ministros tucanos do governo Temer tem criticado decisões tomadas por Jereissati, como um programa partidário em que se refere ao atual sistema de governo como “presidencialismo de cooptação” e defende o parlamentarismo. Esse grupo se movimenta para que Aécio reassuma o comando da sigla.
O senador tem se reunido com o presidente Michel Temer nos últimos meses, e faz parte da ala que defende que os tucanos continuem no governo federal.
Na sexta-feira, após rumores de que teria se encontrado com Aécio no Palácio do Jaburu para articular a saída de Tasso do comando interino do PSDB, Temer chegou a publicar em sua conta no Twitter que o encontro era para tratar do caso da Cemig.
Já Tasso tem defendido que o PSDB entregue os quatro ministérios ao Palácio do Planalto.