Por André Guilherme Vieira | Valor
SÃO PAULO – Filha do presidente Michel Temer e investigada por suspeita de lavagem de dinheiro, a psicóloga Maristela Temer prestou depoimento por cerca de três horas e meia à Polícia Federal (PF), em São Paulo.
Ela foi ouvida pelo delegado Cleyber Malta, do Grupo de Inquéritos (Ginq) do Supremo Tribunal Federal (STF). O depoimento ocorreu em uma sala do pavilhão de autoridades do aeroporto de Congonhas.
Maristela respondeu a todas perguntas formuladas pelo investigador, segundo o advogado dela, Fernando Castelo Branco.
A filha do presidente da República prestou esclarecimentos sobre pagamentos por obras realizadas na residência dela, em Pinheiros, zona Oeste de São Paulo.
A hipótese investigativa é que os pagamentos tenham sido efetuados com recursos supostamente pagos pela JBS, a título de corrupção.
As suspeitas surgiram depois que fornecedores que trabalharam nas reformas na casa de Maristela reconheceram ter recebido pagamentos em dinheiro vivo da mulher do coronel da reserva da Polícia Militar (PM), João Baptista Lima Filho. Conhecido como coronel Lima, ele foi acusado por delatores da J&F de atuar como intermediário no recebimento de vantagens indevidas que seriam destinadas a Temer — fato que o presidente e seus advogados negam.
Ontem, a PF ouviu o arquiteto Carlos Roberto Pinto, da Grandis Arquitetura e Planejamento, que trabalhou na obra. Em entrevista ao Jornal Nacional, no ano passado, ele afirmou que foi contratado pela mulher do coronel Lima, Maria Rita Fratezi. Ele falou que coube a ela tanto a aquisição de materiais quanto a contratação de mão-de-obra.
Outros fornecedores de materiais para a reforma do imóvel serão ouvidos pela PF ainda esta semana.
(André Guilherme Vieira | Valor)