BRASÍLIA – O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, afirmou nesta quarta-feira (16) ao Valor que está conversando com todos os partidos para decidir quem apoiar na eleição presidencial, mas ressaltou que, se a legenda fizer uma aliança, não será nem com o PT do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nem com o PSDB do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin.
“Precisamos manter a unidade do partido e nem um nem outro nos possibilitam isso. É melhor excluir as possibilidades que nos dividem e tentar as que nos aproximam”, afirmou Siqueira.
Parlamentares e governadores nordestinos do PSB têm defendido a aliança com o PT, onde Lula ainda é forte. Já o governador de São Paulo, Márcio França (PSB), apoia Alckmin, seu antecessor. Ganhou força, após a desistência do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa de concorrer à Presidência pelo PSB, o nome do ex-governador Ciro Gomes (PDT).
Siqueira teve reunião nesta quarta-feira com o presidente do PDT, Carlos Lupi. “Foi uma conversa inicial para fazer avaliação da conjuntura. Não foi nada definitivo, precisamos de tempo para tomar essa decisão”, relatou. Analisaram os palanques regionais, onde há alianças e em quais Estados o PDT poderia se aliar aos 10 candidatos a governador do PSB.
Pelo gabinete de Siqueira passaram também, nesta semana, as presidentes do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), e do Podemos, a deputada Renata Abreu (SP), que faz campanha pelo senador Álvaro Dias (PR). Questionado se o PSB poderia apoiar Dias, contudo, Siqueira desconversou. “Estamos recebendo todos que nos procuram e vamos examinar cada situação.”
Segundo o presidente do PSB, o partido deve se decidir até junho. “Julho [quando ocorrem as convenções] é muito tarde”, pontuou. Além da aliança com Ciro Gomes, também está na mesa adotar uma postura neutra na eleição nacional, sem aliança formal com nenhum candidato e com os diretórios estaduais livres para se aliarem com os partidos que acharem mais adequados.