(Marcelo Camargo/Agência Brasil)
SÃO PAULO – Após uma semana de recuperação, com o Ibovespa subindo 2,53% nestes cinco pregões, com um cenário bastante turbulento para o dólar, que segue em alta e próximo de R$ 3,60, ligando o alerta dos investidores. E exatamente diante deste cenário que o Banco Central terá seu “dia D” na próxima semana com a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária).Na quarta-feira (16), após o fechamento do mercado, o BC divulga sua decisão, amplamente esperada com um novo corte de 25 pontos-base na Selic. Porém, esta projeção começou a ganhar contestações após a recente disparada do dólar, o que leva alguns analistas a defender que a autoridade monetária não reduza os juros agora. De qualquer forma, esta variação cambial deve realmente levar o BC a selar o ciclo atual e confirmar já no comunicado que irá manter a Selic nos próximos meses.
No mesmo dia, mas pela manhã, o BC apresenta também o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica) de março, considerado a prévia mensal do PIB (Produto Interno Bruto). A GO Associados projeta estabilidade ante o mês de fevereiro, refletindo o desempenho favorável do varejo, compensado pela queda da indústria e do desempenho fraco esperado para os serviços.
“Dessa forma, o IBC-Br deve apontar que a atividade econômica no país cresceu 0,3% ante o quarto trimestre do ano, aquém do esperado no começo do ano e ainda em um ritmo gradual. O que impõe um viés de
baixa para a projeção de crescimento do PIB deste ano de 3,2%”, explicam os analistas da GO.
Já na terça-feira (15), o IBGE divulga o resultado de março da Pesquisa Mensal de Serviços, em que a GO Associados prevê ligeira queda de 0,2% ante o mês de fevereiro, refletindo a queda da atividade industrial (-0,1%). Enquanto isso, na quarta, a FGV divulga o resultado do IGP-10 de maio, com projeção de alta de 1,0% no mês, acumulando alta de 3,4% em 12 meses.
No campo político, destaque para a pesquisa CNT/MDA para presidente da República, que será a primeira feita refletindo a desistência do ex-presidente do STF, Joaquim Barbosa. A pesquisa está sendo feita desde o dia 9 e deve terminar do dia 13 de maio, com divulgação prevista para segunda-feira (14).
Para o 1º turno, a sondagem tem 4 cenários estimulados, todos sem Barbosa. Ciro Gomes, Jair Bolsonaro, e Marina Silva aparecem em todos os cenários, enquanto o ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o ex-governador de SP, Geraldo Alckmin, figuram em 3 cenários. Já o ex-presidente Lula e o presidente Michel Temer aparecem em um deles. O ex-prefeito de SP, Fernando Haddad, aparece nos outros 3 onde não está Lula.
Além disso, a próxima semana também marca o fim da temporada de resultados corporativos do primeiro trimestre, com cerca de 50 balanços programados para serem apresentados apenas entre segunda e terça-feira, entre eles a JBS (JBSS3 -0,45%), BR Malls (BRML3 -3,01%), Eletrobras (ELET3 -1,87%) e CSN (CSNA3 +3,23%).
Agenda externa
Nos Estados Unidos, os investidores estarão focados nos dados de atividade econômica, em especial os resultados das vendas do comércio e da produção industrial, que serão divulgados na terça (15) e quarta-feira (16), respetivamente.
Segundo os analistas da GO, dados que mantenham um bom ritmo de crescimento econômico, devem reforçar o cenário com quatro subidas na taxa de juro pelo Fomc em 2018. Atualmente, o mais provável ainda é o “cenário dovish” com três altas. Por outro lado, a probabilidade do Fed aumentar o ritmo para quatro altas cresceu desde o início do ano, passando de 9,9% para 40,8%.
Na Ásia, atenção especial para os dados da produção industrial de abril na China, que serão publicados na segunda-feira. O resultado poderá dar indicações sobre o possível impacto negativo das tensões comerciais com os EUA e pode também ter reflexos nos mercados, principalmente o brasileiro, que tem grande ligação com o gigante asiático por conta das commodities.