Hanrrikson de Andrade
Do UOL, no Rio
Policiais federais estão à procura de 12 doleiros investigados na Operação Câmbio, Desligo, deflagrada no começo deste mês, e com mandados de prisão em aberto, entre os quais o brasileiro Darío Messer, apontado como chefe de um grandioso esquema que movimentou cerca de US$ 1,6 bilhão (R$ 5,3 bilhões).
Dos 35 detidos pela PF com base na apuração da força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro, quatro conseguiram habeas corpus. São eles: Cláudia Mitiko Ebihara, Roberta Prata, Marcelo Fonseca de Camargo e Daniela Diniz.
Além de Messer, conhecido pelo codinome “Cagarras”, os foragidos são: Renê Maurício Loeb, Alberto Cezar Lisnovetzky (“Leôncio”), Carlos Alberto Braga de Castro, Wander Bergmann Vianna, Ernesto e Patrícia Matalon, Bella Kayreh Skinazi, Chaaya Moghrabi (“Monza”), Claudine Spiero (“Cabral”), Richard Andrew Oterloo e Augusto Rangel Larrabure.
A maioria dos foragidos estaria no exterior, segundo os investigadores, e há negociações com autoridades internacionais para que os mandados sejam cumpridos. Os nomes foram encaminhados para a Interpol (polícia internacional), que os colocou no alerta vermelho (lista de procurados).
Messer, o principal alvo da Câmbio, Desligo, tem residência no Paraguai, onde vive com a mulher, Rosane Messer. Ele é amigo pessoal do presidente do país vizinho, Horacio Cartes, que já se referiu ao doleiro como “um irmão de alma”.
O vínculo com Cartes, contudo, não impediu o Ministério Público do Paraguai de abrir uma investigação contra o brasileiro após a Câmbio Desligo. Na quarta (16), fiscais da Unidade Especializada de Crimes Econômicos e Anticorrupção cumpriram cinco mandados de busca e apreensão, sendo três em Ciudad del Este, um em Guairá e outro na capital, Assunção.
Foram recolhidos documentos contábeis e equipamentos de informáticas em endereços ligados a cinco empresas que teriam negócios com Messer, de acordo com o MP do Paraguai.