Descendente da antiga família real, deputado afirma que ONU ‘luta contra conceitos’ de ‘Deus, pátria e família’
Primeiro vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara e descendente da antiga família real brasileira, o deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança(PSL-SP) classificou como “histórico” o discurso feito nesta terça-feira (24), em Nova York, pelo presidente Jair Bolsonaro durante a abertura da 74.ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
Na pré-campanha eleitoral de 2018, o hoje deputado chegou a ser anunciado como candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro. Mais tarde, também foi cotado para ser ministro das Relações Exteriores.
Na avaliação do parlamentar, a fala do presidente na ONU não foi agressiva, como avaliaram alguns especialistas. “O discurso foi uma ruptura com tudo o que escutamos no contexto da ONU: uma fala objetiva e direta.”
Orleans e Bragança também sustentou a tese de que a esquerda ainda mantém uma forte influência no continente e, por conta disso, precisa ser combatida – fazendo coro com Bolsonaro, segundo o qual o Brasil esteve próximo, no passado recente, de se tornar um país socialista.
“Meu país esteve muito próximo do socialismo, o que nos colocou numa situação de corrupção generalizada, grave recessão econômica, altas taxas de criminalidade e ataques ininterruptos aos valores familiares e religiosos que formam nossas tradições”, afirmou o presidente brasileiro, em trecho inicial do discurso lido na abertura do encontro da ONU.
‘Mentalidade’
Segundo o deputado do PSL, ainda existiria no Brasil uma “mentalidade socialista hegemônica e progressista” nas escolas, clubes e universidades.
“A elite brasileira se tornou progressista e socialista”, afirmou ele. “Os países mais livres têm o mesmo problema em comum: a influência do socialismo de Estado que leva a um freio da atividade econômica” disse ele.
Amazônia
Sobre o trecho do discurso de Jair Bolsonaroque tratou da Amazônia, o deputado do PSL sustentou que as queimadas existem, mas estariam sob controle e não teriam registrado crescimento na comparação com anos anteriores. “Isso não é um fato relevante. Houve incêndios criminosos. Mas fica a dúvida: foi motivação política ou a iniciativa de fazendeiros locais? O fato é que não há crise ambiental no Brasil”, disse ele.
Em sua fala na ONU, Bolsonaro afirmou que tem “compromisso solene” com a proteção da Amazônia e da floresta, que é maior do que toda a Europa ocidental e “permanece praticamente intocada”.
Ele elogiou ainda a aproximação política do Palácio do Planalto com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “O discurso de Bolsonaro estava em consonância com o do presidente Trump. Ambos defendem os valores da consciência cristã. A maioria das nações que nascem criadas com valores cristãos valoriza a família, a lei e a ordem.”