Arquivo diários:30/08/2020

“Não estou preparada para ser presa e não vou ser”, diz Flordelis

Foto: reprodução

Seis dias após ser denunciada como a mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, Flordelis deu sua primeira entrevista. Ela contou ao jornalista Roberto Cabrini como tem sido os dias após a conclusão do inquérito: “É o pior momento da minha vida”.

Aos 59 anos, a deputada federal Flordelis dos Santos Souza sabe que só não está presa porque possui foro privilegiado e luta para não ser cassada. “Não estou preparada para ser presa e não vou ser. Sou inocente e tenho certeza que minha inocência será provada nos próximos dias”, responde ela ao ser perguntada sobre o medo de ir para a cadeia.

Flordelis também negou que tenha adotado Anderson quando os dois se conheceram, ele com 14 anos. “Mentira. Isso tudo é mentira”, disse ela, inclusive negando que Anderson e a filha biológica Simone, que está presa por envolvimento no crime, tenham namorado.

“Eu amo meu marido até hoje. Ele não controlava a minha vida. Ele não fazia isso. Eu não matei. Eu não fiz isso que estão me acusando. Não é real. Não é verdade. É uma injustiça”.

Sobre a noite e o dia seguinte ao crime, ela pouco se lembra, garante: “Me lembro de algumas coisas do dia do assassinato. Eu achava que teria sido roubo. Eu estava sedada. Eu com certeza na morte do meu marido eu devo ter chorado muito. Muita coisa fugiu da minha mente por causa da sedação. Eu não sabia da quantidade de tiros. Eu não sabia. Quando eu desci, meu filho falou que já tinham levado ele para o hospital. Eu estava muito distante, até eu chegar… aquela gritaria toda, aquele alvoroço todo, eu no terceiro andar… até eu chegar… A minha chegada foi no momento que eles já tinham socorrido o meu marido”.

Flordelis negou ainda que tenha mandado matar Anderson do Carmo, pois não poderia se separar, conforme uma das mensagens pegas em seu celular: “Isso não existe. Não existe ‘escandalizar o nome de Deus’. se eu tivesse que me separar, eu me separaria”. Eu jamais chamaria meu marido de traste. Essa mensagem não foi escrita por mim. Não sei. Eu quero que a Justiça descubra quem escreveu. Meu celular é tipo um celular comunitário em casa. Todo mundo te acesso ao meu celular. Eu preciso saber quem matou meu marido. Eu não sei. Se eu soubesse, eu falaria aqui agora. Quem matou meu marido está desgraçando com minha vida. Eu não estou escondendo nada”.

Durante a reportagem, Flordelis fez uma espécie de reconstituição da madrugada do crime, ocorrido em 16 de junho de 2019. “Eu estava aqui (aponta ela numa sala) e ouvi seis tiros. Eu só ouvi seis (a investigação diz que foram 30). A minha preocupação… Nem imaginava que fosse algo com alguém dentro da minha casa”.

Flordelis ainda negou que tenha dado dinheiro para a compra da arma utilizada no homicídio: “A polícia está falando tantas inverdades”.

Além do crime, a entrada e suposto sumiço de mais de R$ 6 milhões na conta do Ministério Flordelis, nome de suas igrejas, foi assunto da entrevista. “Esse dinheiro não entrou na conta da igreja. E eu também quero saber onde ele está. É uma pista importante para esse crime”, ela diz.

Sobre os filhos estarem presos, Flordelis reage com frieza: “Eu não tenho que estar presa. Eu não matei meu marido. nem mandei matar. Por que me prender? Todo mundo dentro de casa e fora de casa sabia do valor que meu marido tinha para mim”. afirma: “Só quero que o Ministério Público venha e me diga o por quê, o motivo para eu matar o meu marido. Eu reencontrarei meu marido no céu, com certeza”.

Extra

São 120 mil mortes por coronavírus no Brasil

O Ministério da Saúde divulgou os dados mais recentes sobre o coronavírus no Brasil neste sábado (29):

– Registro de 758 óbitos nas últimas 24h, totalizando 120.262 mortes;

– Foram 41.350 novos casos de coronavírus registrados, no total 3.846.153 pessoas já foram infectadas.

– O número total de recuperados do coronavírus é 3.006.812, com o registro de mais 30.016 pacientes curados. Outros 719.079 pacientes estão em acompanhamento.

Investigação sobre Witzel avança sobre suposto esquema de propina no Judiciário do Rio

A investigação que afastou do cargo o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), obteve indícios de um suposto esquema de propina paga a desembargadores da Justiça do Trabalho no Rio de Janeiro.

Para a PGR (Procuradoria-Geral da República), o governador tentou incluir a Secretaria de Saúde num esquema pré-existente no TRT-1 (Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região).

O esquema, que acabou não se concretizando no estado, seria mais um braço de propina a ser explorada pelo governador, segundo a Procuradoria.

Witzel foi afastado na sexta-feira (28) pelo ministro Benedito Gonçalves, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), sob acusação de corrupção e lavagem de dinheiro. A medida vale por 180 dias e pode ser ampliada.

O elo entre o governo fluminense e o tribunal foi, segundo a PGR, o desembargador Marcos Pinto da Cruz.

O nome do magistrado apareceu no inquérito a partir da delação do ex-secretário de Saúde Edmar Santos. Segundo ele, o magistrado o procurou para que a pasta pagasse diretamente à Justiça dívidas trabalhistas de OSs (organizações sociais) que tinham valores a receber do governo.

Essa medida agilizaria, de uma vez só, o pagamento de dívidas das entidades na Justiça e o recebimento de “restos a pagar” do estado.

“Para a OS, ingressar no esquema criminoso seria vantajoso, pois seria uma oportunidade de receber do estado os valores a título de restos a pagar, o que, em geral, é bastante dificultoso, bem como, com sua inclusão no Plano Especial de Execução na Justiça do Trabalho, poderiam obter a certidão negativa de débitos trabalhistas”, escreveu a PGR.

De acordo com Edmar, as entidades deveriam contratar um escritório de advocacia que se comprometesse a repassar a propina para a firma da irmã do desembargador, a advogada Eduarda Pinto da Cruz.

O ex-secretário afirma que receberia 10% dos valores a serem pagos à Justiça em nome das empresas, e o desembargador ficaria com outros 10%. O magistrado disse, segundo o delator, que se encarregaria de repassar parte da propina ao governador afastado.

O ex-secretário disse aos investigadores que não conseguiu arregimentar entidades para participar do esquema, pois houve divergência sobre a divisão da propina com o presidente nacional do PSC (Partido Social Cristão), Pastor Everaldo.

A PGR afirma que o dirigente era um dos coordenadores do esquema de corrupção no estado. O pastor, que disputou a Presidência da República em 2014 e já foi próximo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), foi preso na operação de sexta.

Edmar relatou ter sido cobrado por Witzel sobre o atraso no acordo. O desembargador também o pressionou, afirmando que o governador afastado teria direito a parte do valor arrecadado ilegalmente, disse o ex-secretário.

FOLHAPRESS

Planos de Saúde continuam perdendo usuários

Dados da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) mostram que 327 mil pessoas deixaram de ser beneficiárias de planos de saúde de março a julho. A crise econômica é apontada como o principal motivo para a queda de usuários.

Essa é a maior redução no número de conveniados desde janeiro de 2017. Agora, 22% dos brasileiros tem contratos com planos de saúde. Sã0 aproximadamente 46,76 milhões de pessoas até o fim de junho. Antes do coronavírus, eram 47,08 milhões.

A ANS afirmou que a maior debandada foi registrada em abril e maio. Em junho, houve pequena redução e, em julho, leve alta. No total, foi a maior queda de usuários em 2 anos e meio.

A tese de impacto econômico sobre a queda se mostra mais clara quando separados os dados de planos individuais e familiares com os de planos coletivos. O 1º, contratado pessoalmente, teve redução de 49,3 mil usuários. O 2º, por adesão via sindicato ou associações, registrou 35,3 mil contratos a mais.

O setor mais determinante para o resultado negativo foi o de planos coletivos ligados a empresas. Esses perderam 311 mil segurados desde o início da pandemia. Está muito ligado às demissões provocadas pela pandemia.

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