As principais centrais sindicais do país estudam um formato de greve geral de dois dias, não mais de um — como realizado no último dia 28 e em 15 de março –, e uma espécie de “invasão de trabalhadores” ao Congresso como forma de pressionar governo e parlamentares a não votarem a reforma da Previdência.
As propostas foram antecipadas nesta segunda (1º) no evento pelo Dia do Trabalho da Força Sindical, na zona norte de São Paulo. A central é a segunda maior do Brasil, com pouco mais de 2.000 sindicatos filiados.
Um dos fundadores da Força, o deputado federal Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força, afirmou que a ideia é pressionar o governo e a base parlamentar do presidente Michel Temer (PMDB), da qual o próprio Paulinho é integrante, para mudar pontos da reforma considerados prejudiciais aos trabalhadores. Na greve da última sexta, trabalhadores de todas as centrais aderiram ao dia de paralisação nacional.
“Estamos conversando esta semana sobre essa reunião de todas as centrais no próximo dia 8, data que acho muito longe. O que mais tem consenso entre nós é uma convocação dos trabalhadores para uma ida a Brasília, em uma espécie de invasão, próximo à votação da reforma da Previdência. Outra proposta que está sendo defendida é sobre detém dois dias, e não um, de greve geral”, afirmou o deputado, que completou: “Tenho dúvidas sobre essa greve de dois dias, mas espero que o governo negocie e que a gente possa resolver isso sem barulho”, definiu.
Pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda (1) revela que sete em cada dez brasileiros se afirmam contrários à reforma da Previdência –de modo que a rejeição chega a 83% entre os funcionários públicos. O segmento representa 6% da amostra e figura entre os grupos mais ameaçados pelas mudanças nas regras para aposentadorias e pensões.
Segundo o deputado, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), teria sinalizado uma “disposição de negociação” por parte do governo. “Espero que a partir de amanhã haja essa disposição”, definiu.