Seleção brasileira opta por não ter muito contato com o público na Granja Comary
Marcio Dolzan, enviado especial a Teresópolis, O Estado de S.Paulo
Se na Suíça a primeira parte da preparação para a Copa do Mundo foi marcada pela integração entre torcedores e jogadores, no Brasil a seleção encerrou neste sábado uma fase de quase isolamento em Teresópolis.
Durante seis dias, os comandados de Tite se limitaram a exercícios na academia, exames médicos, quatro atividades no gramado e saídas esporádicas nas cercanias do hotel da seleção, que fica no alto de um morro dentro da Granja Comary. Houve apenas um treino aberto à torcida, e a maior parte do público ficou muito longe de seus ídolos.
![Granja Comary](https://img.estadao.com.br/resources/jpg/3/2/1527389921123.jpg)
As exigências, claro, são diferentes. Vice-líder do ranking da Fifa e apontado como um dos favoritos ao título, o Brasil chama a atenção do mundo quando se reúne para a Copa. Enquanto dez jornalistas cobriram a semana de treinos no vilarejo suíço, na Granja Comary o número era pelo menos vinte vezes maior. Além da imprensa nacional, havia repórteres da Europa e da Ásia registrando os primeiros trabalhos da seleção.
Tamanha badalação é reconhecida pela comissão técnica. Nem o sempre cauteloso técnico Tite, nem o coordenador de seleções, Edu Gaspar, escondem que a seleção é uma das favoritas ao título. E não veem problema algum nisso.
“Acho positivo, sim. Temos que parar de ter medo da positividade. Parar de ter medo de falar que o Brasil é um dos favoritos”, comentou Gaspar. “Mas também temos que ter consciência de não transformar isso em um peso e ser realista.”
“É um grupo difícil, e se você não tiver atenção redobrada pode ser surpreendido. Suíça e Costa Rica são seleções que participaram no último Mundial, e a Sérvia, no contexto geral, tem jogadores muito bons”, avalia o volante Fernandinho. Mas vem do lateral Filipe Luís o principal ensinamento. “Sou do tipo de pessoa que acredita no presente. Não é porque o Brasil ganhou antes que vai ter facilidade nessa.”