MILÃO, 17 MAR (ANSA) – “Espero, com o processo terminado, poder te rever e abraçar novamente. Te quero bem. Silvio.” Assim o ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi concluiu uma carta enviada em 29 de dezembro de 2013 às jovens que participavam das festas na sua mansão.
O documento integra os autos da investigação “Ruby ter”, que apura suspeitas de corrupção em atos judiciários durante os depoimentos do processo “Ruby”, no qual o ex-premier foi absolvido dos crimes de prostituição de menores e abuso de poder.
A correspondência foi redigida no computador, com exceção do nome da destinatária, da frase final e da assinatura, feitas à mão pelo próprio Berlusconi. Nela, o ex-primeiro-ministro ainda disse que seria “obrigado” a suspender a partir do mês seguinte (janeiro de 2014) todas as suas “contribuições”, ou seja, os 2,5 mil euros mensais que ele dava a cada garota.
A Procuradoria de Milão calcula que o líder conservador gastou cerca de 2,15 milhões de euros entre 2010 e 2014 com as jovens que frequentavam sua mansão. Contudo, o montante não inclui os pagamentos feitos à marroquina Karima el Mahroug, mais conhecida como Ruby e pivô do escândalo de prostituição envolvendo o ex-premier.
No último dia 10 de março, a Corte de Cassação absolveu Berlusconi definitivamente dos crimes de abuso de poder e prostituição de menores, pelos quais ele chegou a ser condenado em primeira instância a sete anos de cadeia.