Um dia após ser denunciado por ter supostamente recebido propina de US$ 5 milhões, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), enumerou os principais feitos da Câmara dos Deputados neste semestre em pronunciamento de rádio e TV nesta sexta-feira (17).
“A Câmara independendete de hoje é um poder com muito mais iniciativa”, afirmou Cunha durante o pronunciamento. “Temos dado respostas mais rápidas para problemas urgentes, até porque a população não aguenta mais esperar.”
Em seu discurso transmitido em rede nacional, Cunha apontou alguns de seus feitos como presidente da Câmara, cargo que assumiu em fevereiro deste ano. O deputado é do PMDB, partido do vice-presidente Michel Temer e uma das legendas que integram a base aliada. No entanto, as relações entre Cunha e o governo Dilma estão tensas desde o início do seu mandato como chefe da Câmara.
O “divórcio” de Cunha como aliado governista ocorreu um dia após o depoimento do consultor da Júlio Camargo à Justiça Federal do Paraná, no âmbito da operação Lava Jato, no qual ele afirma ter pago US$ 5 milhões em propina a Cunha. O presidente da Câmara nega as acusações.
No anúncio feito na manhã desta sexta, Cunha adiantou que vai defender no congresso do PMDB, em setembro, que o seu partido também rompa com o governo. “Não há possibilidade de eu, como deputado do PMDB, que o meu partido faça parte de um governo que quer arrastar para a lama dele todos aqueles que podem por ventura, na sua associação, ajudar a protegê-los”, disse.