De São Paulo
A mulher do ex-governador de Mato Grosso Silval Barbosa (PMDB), Roseli Barbosa, presa no dia 20 de agosto sob suspeita de envolvimento em desvios de quase R$ 3 milhões da Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social (Setas), pediu ao marido, da cadeia, uma lista de itens de higiene pessoal e de beleza para seu conforto. No rol estavam toalhas de banho e de rosto, garrafa térmica, lençol claro, pasta de dente e até ‘negocinho’ de prender cabelo.
Roseli Barbosa estava presa em um quartel do Corpo dos Bombeiros, em Cuiabá. Ela ficou na unidade militar por uma semana, entre 20 e 26 de agosto.
O telefonema da ex-primeira-dama para o marido foi grampeado pela polícia e está nos autos da investigação do Ministério Público do Estado. Silval, alvo de investigação pelo suposto recebimento R$ 2 milhões em propinas de empresas de máquinas e peças em troca de benefícios fiscais durante sua gestão (2011-2014), foi monitorado pela Promotoria.
No último dia 17 de setembro, o ex-governador foi preso em caráter preventivo por ordem da juíza Selma Arruda, da 7ª Vara de Cuiabá, especializada em ações contra o crime organizado.
A Promotoria suspeita que o peemedebista teria buscado apoio do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), para tirar a mulher da cadeia. Um dia depois que Silval ligou para o gabinete de Temer, o Superior Tribunal de Justiça soltou Roseli Barbosa, em 26 de agosto.
O advogado Francisco Faiad, que defende a ex-primeira-dama de Mato Grosso, declarou que não tem conhecimento da interceptação telefônica em que Roseli Barbosa pede ao marido utensílios de higiene pessoal e beleza.
Faiad disse à reportagem do jornal “O Estado de S.Paulo” que está empenhado na elaboração de habeas corpus de Silval Barbosa no Superior Tribunal de Justiça. Na última sexta-feira, 18, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso negou habeas para o peemedebista.