Carlos Eduardo Cherem
Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte.
Quase onze anos após a chacina que matou cinco integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) do acampamento Terra Prometida em Minas Gerais, em novembro de 2004, a área foi desapropriada para assentamento desses trabalhadores.
A fazenda Nova Alegria, em Felisburgo (MG), distante 736 km de Belo Horizonte, palco da chacina, foi desapropriada nesta sexta-feira (25), por meio de decreto assinado pelo governador Fernando Pimentel (PT).
De acordo com o governo mineiro, 352 famílias de trabalhadores rurais sem terra serão beneficiadas pelo projeto, orçado em R$ 43 milhões, e que ainda prevê outras duas desapropriações: nas fazendas Córrego Fundo e Gravatá, em Novo Cruzeiro (MG), distante 577 Km da capital; e na propriedade Ariandópolis, em Campo do Meio (MG), a 335 km de Belo Horizonte.
Mandante foi condenado a 115 anos
Em 20 de novembro de 2004, pistoleiros invadiram o acampamento Terra Prometida, na fazenda Nova Alegria. Cinco pessoas foram mortas, 12 ficaram feridas e 27 barracos foram incendiados.
O fazendeiro Adriano Chafik, apontado como mandante do massacre, foi condenado a 115 anos de prisão. Washington da Silva, empregado do fazendeiro, foi condenado a 97 anos e 6 meses de prisão.
Francisco de Assis Rodrigues de Oliveira e Milton Francisco de Souza, que teriam sido contratados para executar a ação, foram condenados a 102 anos e seis meses de prisão. Um quinto réu, Adimilson Rodrigues Lima, morreu antes de ser julgado.