Mais uma delação falsa: Joesley não prova elo de Lula e Dilma com contas no exterior, diz procurador

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Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

O procurador federal Ivan Cláudio Marx, que investiga as alegações do empresário Joesley Batista de que os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT) receberam US$ 150 milhões em propina em contas no exterior, disse que a versão contada por Batista sobre as supostas contas é “incomprovável”. “A história dele é incomprovável. Pedimos documentos para comprovar, e não veio nada”, afirmou.

Para o procurador da República Ivan Marx, a versão contada por Joesley tem pelo menos três pontos de difícil comprovação.

O primeiro é a ligação entre as contas e os ex-presidentes. “Ele diz que as contas teriam recursos em favor dos ex-presidentes, mas as contas estavam em nome do próprio Joesley. Era ele quem operava as contas”, afirmou o procurador.

O segundo ponto seria a falta de evidências de que tanto Lula quanto Dilma sabiam da existência das contas.

“Primeiro, ele disse que o Guido Mantega havia falado que os dois [Lula e Dilma] sabiam das contas e viam os extratos. Depois, ele disse que teve conversas tanto com Lula quanto com Dilma sobre essas contas. Mas, até agora, só temos a palavra dele”, disse Ivan Marx.

O terceiro ponto é a relação entre o dinheiro que Joesley depositava no exterior e as doações feitas pela JBS durante as eleições.

“O dinheiro saía do Brasil e ia para essas contas no exterior, mas não voltava ao país para fazer as doações. Segundo ele mesmo, o dinheiro das doações não saía dessa conta”, disse o procurador.

Ivan Marx disse que, se ficar comprovado que Joesley mentiu sobre as contas atribuídas a Lula ou Dilma, caberá à PGR avaliar as eventuais punições no âmbito das delações premiadas.