Arquivo diários:17/12/2017

Dilma cogita disputar vaga no Senado pelo Piauí

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Dilma em Natal fazendo campanha em 2010 – Carlos Eduardo Alves era seu maior aliado

Josias de Souza

Sem alarde, Dilma Rousseff discute com amigos um novo projeto: a reinvenção de sua carreira política. Numa conversa recente, admitiu candidatar-se ao Senado em 2018. Só não soube dizer por qual Estado. Mora no Rio Grande do Sul e nasceu em Minas Gerais. Mas discutiu a sério a hipótese de disputar a vaga de senadora pelo Piauí, Estado governado pelo petista Wellington Dias.

Não foi a primeira vez que o Piauí entrou no radar de Dilma. A cogitação nascera há coisa de cinco meses. Causara certo desassossego no petismo piauiense, forçando o governador a negar que estivesse negociando com Dilma a transferência do domicílio eleitoral dela de Porto Alegre para Teresina. A novidade é que a ex-presidente voltou a falar sobre o assunto.

No Rio Grande do Sul, Dilma foi ignorada pelo seu partido. Ali, o PT já escolheu o senador Paulo Paim como candidato à reeleição para o Senado. Confirmando-se a intenção da presidente deposta de retornar às urnas, será uma pena se ela for pedir votos à clientela do Bolsa Família no Piauí. O país perderá a chance de assistir a um novo embate de madame com Aécio Neves, pois o senador tucano revela-se disposto a pleitear junto ao eleitorado mineiro a renovação do mandato.

Em 2012, quando Dilma participou da mal sucedida campanha do petista Patrus Ananias à prefeitura de Belo Horizonte, Aécio fustigou-a. Disse que os eleitores mineiros conheciam melhor a sua capital do que “qualquer estrangeiro.” Tratada como forasteira, Dilma reagiu. Caprichando na ironia, sapecou:

”Nasci aqui em Belo Horizonte, no hospital São Lucas. Saí daqui para lutar contra a ditadura, e não para ir à praia. […] Aqui na minha veia corre o sangue de Minas Gerais, por isso sou presidente de todos os brasileiros.” A alusão à “praia” não foi gratuita. O mineiro Aécio é conhecido pelo apreço que devota ao Rio de Janeiro.

Num novo enfrentamento, Dilma e Aécio poderiam trocar de assunto: em vez do debate sobre certidões de nascimento, discutiriam o prontuário um do outro. Ela tornou-se um inquérito esperando na fila da Lava Jato para acontecer. Ele virou um colecionador de processos criminais. Por ora, soma nove.

Uma eventual fuga para o Piauí não faria jus à fama de valentona de Dilma. Mal comparando, a intrépida presidente deposta ficaria muito parecida com José Sarney. Oligarca do Maranhão, Sarney elegeu-se senador pelo Amapá depois que deixou a Presidência da República.

Em entrevista a jornal, Aécio se diz vítima de ‘armadilha’ em gravação

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Aécio Neves em Natal com seus amigos, (Rogerio Marinho, Henrique Alves e José Agripino) todos investigados e respondendo processos na Justiça Federal

Por Valor

SÃO PAULO  –  O senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse que errou ao pedir R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, mas considera que foi vítima de “uma ação planejada com a participação de membros da Procuradoria-Geral da República”.

Ele chegou a ser afastado do cargo, ficou em recolhimento domiciliar noturno e foi denunciado por por corrupção e obstrução da Justiça com base na delação do Grupo J&F.

Em entrevista ao jornal “O Estado de S.Paulo”, o senador diz que, no dia 24 de março, depois de uma reunião na Procuradoria-Geral da República em Brasília entre Joesley e Francisco de Assis, da J&F, o empresário vai a São Paulo e grava a conversa em que o dinheiro foi pedido. “Essa gravação foi feita após uma reunião em que o senhor Francisco de Assis afirma em seu depoimento que a gravação foi objeto de conversa dessa reunião na sede da PGR. Há um depoimento do advogado da JBS confirmando essa reunião. É óbvio que se deduz que ele saiu da conversa com procuradores com uma pauta”, diz o senador que, embora reconheça ter pedido dinheiro diz não ter cometido crime.

Aécio reitera que será candidato à reeleição no Senado e nega ter sido recebido com hostilidade na convenção do PSDB na semana passada. “Pelo contrário. Eu fui recebido de forma entusiasmada por centenas de militantes do partido. Se existiram insatisfações, não cheguei a ouvi-las”.

Na entrevista, o senador declara ainda que não “torce” pela prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, defende o fim do foro privilegiado e diz ter retomado relações com o apresentador Luciano Huck.

(Valor)