Temer se reúne com 10 ministros tentando contornar o caos

27.mai.2018 - O presidente Michel Temer participa de reunião de monitoramento sobre a greve dos caminhoneiros, em Brasília

Julia Lindner e Fernando Nakagawa

O presidente Michel Temer está reunido com dez ministros e um secretário há mais de uma hora para tratar da paralisação dos caminhoneiros em todo o País, que chega ao sétimo dia neste domingo, 27. Os ministros fizeram uma reunião inicial de acompanhamento da crise por cerca de duas horas antes da chegada de Temer e, depois, por volta das 11h15, seguiram para o gabinete do presidente.

A expectativa é que as novas reivindicações dos manifestantes sejam discutidas no encontro. A categoria pede agora a ampliação de 30 para 60 dias no prazo de congelamento do preço do diesel, com desconto de 10%.

Estão presentes os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Torquato Jardim (Justiça), Carlos Marun (Secretaria de Governo), Sergio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional), Moreira Franco (Minas e Energia), Raul Jungmann (Segurança Pública), Eduardo Guardia (Fazenda), Esteves Colnago (Planejamento), a advogada-geral da União, Grace Mendonça, e o ministro interino Eumar Roberto Novacki (Agricultura). Também participa o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid.

Pelo Twitter, o General Villas Boas, comandante do Exército, disse há pouco que participa de uma reunião paralela, sob a coordenação do general Silva e Luna, ministro Defesa, para uma vídeo-conferência com os responsáveis pelas áreas de atuação na solução da greve.

Durante a noite de sábado, 26, entre balanço das 19h e das 22h divulgado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), aumentou o número de pontos de manifestação identificados em rodovias federais de 1.163 para 1179. Desse total, 625 pontos foram desbloqueados entre o início das manifestações até as 22h de ontem. O número de pontos bloqueados de acordo com o último balanço é de 554.

Mais cedo, o general Santos Cruz, Secretário Nacional de Segurança Pública, participou da primeira reunião com os ministros, sem Temer. Antes de entrar, ele afirmou que a Força Nacional é um contingente pequeno, que está distribuído pelo País, e não é suficiente para “influir decisivamente em qualquer ação” para tentar acabar com a greve dos caminhoneiros.

Ele também afirmou que não existe o mínimo risco” das Forças Armadas cometerem algum tipo de erro ao requisitar veículos particulares, medida que foi autorizada ontem por meio de decreto. “Nosso pessoal é muito bem preparado. Não existe o mínimo risco de cometer qualquer erro, de cometer qualquer coisa fora da lei, qualquer coisa que seja condenável do ponto de vista não só legal, da própria educação.”

Questionado se uma possível greve dos petroleiros poderia representar um efeito cascata de paralisações no País, o general disse que “é preciso tomar cuidado com a exploração do movimento por interesses partidários”.