Ciro diz que, se eleito, Banco Central será comandado por um acadêmico

Por Fernando Taquari | Valor

SÃO PAULO  –   Pré-candidato do PDT à Presidência, o ex-deputado Ciro Gomes disse nesta quarta-feira que o Banco Central (BC) em sua eventual gestão será comandado por um acadêmico. O pedetista não quis antecipar um nome ao ser questionado pela reportagem do Valor. Ao defender sua posição, o presidenciável declarou que a autoridade monetária não pode ser “espaço de passagem para pessoas interessas em ganhar dinheiro no sistema privado”.

“Chega a ser constrangedor que você tire [alguém] do Bradesco para botar [no BC] um do Itaú, na sucessão de um do Bank Boston. Isso é uma coisa que nenhum país do mundo faz”, declarou Ciro encontro na Associação Brasileira de Biogás e Biometano. “Se for eleito, o Banco Central será administrado por um acadêmico sem pretensão de ganhar dinheiro”, enfatizou. O BC hoje tem no comando o economista Ilan Goldfanj.

Já o Banco do Brasil (BB) e a Caixa Econômica Federal (CEF), segundo o pedetista, serão chefiadas por funcionárias de carreira das duas instituições, cuja a missão primordial será “atuar para agravar a competição” no mercado financeiro. “O Banco do Brasil vai descontar duplicata a custo mais baixo possível. Vai encerrar sua farra, caso eu seja presidente”, prometeu Ciro.

O presidenciável do PDT ainda declarou que, uma vez eleito no primeiro turno, terá maior legitimidade e liberdade para nomear os ministros. Já com uma vitória no segundo turno, explicou, será necessário um ministério de políticos, sobretudo em um sistema presidencialista. “O governo precisa se viabilizar. Isso [nomeação de políticos] se dá pela capacidade [dos políticos] de interagirem”, frisou.

Ciro afirmou que os acordos para composição do governo são aspectos normais da democracia.  “Se houver uma fragmentação absoluta do Congresso, e eu quero cumprir os compromissos com o povo, vou precisar negociar. É da absoluta naturalidade da política que as negociações se façam com participação das pessoas no governo. O que não pode é lotear o governo com bandido”, esclareceu