Arquivo diários:07/04/2019

Procurador denunciado por Toffoli por acusar Supremo de tramar “golpe” contra a Lava Jato deixa a operação

Mourão é aplaudido de pé: “Geisel não foi eleito, eu fui

O vice-presidente, general Hamilton Mourão, foi aplaudido em pé em Harvard ao responder pergunta sobre o papel dos militares na política brasileira. Em uma pergunta sobre o histórico dos militares no Brasil e uma comparação feita com o general Ernesto Geisel, Mourão rebateu: ” O general Geisel não foi eleito, eu fui“.

Foto: Reuters

Nessa hora, enquanto a plateia se levantava para aplaudir o vice-presidente, um manifestante gritou “ditadura nunca mais” e foi retirado pelos seguranças do evento. Mourão participa da Brazil Conference, evento organizado pelos alunos brasileiros de Harvard e do MIT. Na plateia, além de alunos e professores de Harvard, estão o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, e o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel.

Ele minimizou o papel dos militares no governo Bolsonaro e disse que os integrantes das Forças Armadas que fazem parte do governo já estavam na reserva quando foram convocados para o Executivo. “O presidente Bolsonaro é mais político do que um militar, mas carrega dentro de si, obviamente, toda formação que nós tivemos”, disse Mourão. Ele disse que foi convocado por Bolsonaro na “décima hora” para a vice-presidência. “Positivo, é assim que funciona a coisa”, brincou Mourão, sobre aceitar o convite.

“Os companheiros que conheciamos das Forças (Armadas) foram convocados, mas são todos da reserva, estão afastados”, disse Mourão.

O vice-presidente afirmou ainda que se o governo “errar demais”, a “conta” irá para as Forças Armadas. “Daí a nossa extrema preocupação e as palavras que o presidente falou no dia 28 de outubro quando fomos eleitos. Ele olhou para mim e disse assim: nós não podemos errar”, disse Mourão.

Um ano após prisão de Lula, defesa aponta arbitrariedade de decisões

Na data em que a prisão do ex-presidente Lula completa um ano, seus advogados reafirmam que a medida é “injusta e incompatível com a Constituição Federal”. Lula está preso desde 7 de abril do ano passado após ter sua condenação confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que impôs pena de 12 anos e 1 mês de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex em Guarujá (SP).

Ricardo
Prisão  do ex-presidente Lula é injusta e incompatível com a Constituição, diz defesa

Em nota, os advogados Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Martins relembram as medidas judiciais que antecederam a prisão do ex-presidente e que, segundo a defesa, são arbitrárias e contrárias ao Estado Democrático de Direito.

Dentre os exemplos citados pelos advogados estão os grampos telefônicos da sede de seu escritório; a condução coercitiva do ex-presidente para prestar depoimento na sede da Polícia Federal; a decisão do TRF-4 ao analisar as interceptações contra Lula, seus familiares, colaboradores e advogados; e o Power Pointapresentado pelo procurador da República Deltan Dallagnol.

Além disso, a defesa aponta que Lula foi preso antes do esgotamento de todos os recursos na segunda instância e ressaltam que a Constituição Federal “assegura que a presunção de inocência somente pode ser afastada diante da existência de decisão condenatória definitiva (transitada em julgado), o que não existe no caso do ex-Presidente”.

Eles também criticaram a decisão do Conselho Nacional do Ministério Público em manter o promotor Cássio Roberto Conserino à frente da investigação sobre a suspeita de ocultação de um apartamento triplex, em Guarujá. No caso, houve distribuição irregular do inquérito.

Os advogados afirmam ainda que a absolvição e a liberdade do ex-presidente “são resultados que se impõem em relação aos recursos e procedimentos em tramitação perante Cortes Nacionais e Internacionais”.

CONJUR

Mega-Sena acumula e deve pagar R$ 40 milhões na próxima quarta-feira (10)

A Mega-Sena acumulou neste final de semana. Ninguém acertou as seis dezenas do concurso 2140 sorteadas ontem (6) em São Paulo. O prêmio acumulado para o próximo sorteio na quarta-feira é de R$ 40 milhões.

Vamos aos números: 17 – 20 – 26 – 36 – 42 – 54

A Quina teve 66 apostas ganhadoras, e cada uma vai levar R$ 46.099,13 A Quadra teve 5.044 apostas ganhadoras, cabendo R$ 861,71 para cada uma.

Fátima Bezerra discute em Harvard caminhos para educação pública de qualidade

A governadora Fátima Bezerra participou neste sábado, 06, na Universidade de Harvard, em Boston, nos Estados Unidos da América, da Brazil Conference at Harvard & MIT. A governadora, a convite do evento, debateu o tema “Caminhos para uma educação pública de qualidade”.

Além de Fátima Bezerra, a conferência reuniu o ex-secretário executivo do Ministério da Educação e Cultura, Luiz Antonio Tozi, Débora Garofalo, professora paulista que desenvolveu método de ensino de tecnologia com equipamentos coletados no lixo e Paula Lozano, professora de Harvard/Stanford e da universidade Diego Portales, no Chile, com mediação de Julia Callegari.

Os debatedores criticaram a indefinição das prioridades para a educação no Brasil para 2019 e os desacertos na equipe nomeada para a gestão do MEC que em apenas três meses sofreu 14 substituições.

A governadora do RN, questionada sobre o papel do MEC, afirmou que “é exercer a articulação junto aos estados e municípios para a execução de uma política educacional em sintonia com o Plano Nacional de Educação, que está ameaçado. As ameaças começaram com a emenda 95 que limitou os gastos nas áreas sociais à inflação do ano anterior. Isso praticamente congela os gastos nas áreas sociais por 20 anos. Educação não pode ser encarada como gasto, mas sim como investimento”.

Fátima Bezerra também considerou ameaça à educação pública o anúncio do Ministro da Economia, Paulo Guedes, de enviar ao Congresso Nacional proposta de emenda à Constituição para desvincular as receitas gerais da União. “A desvinculação geral das receitas orçamentárias vai de encontro ao que existe hoje quando 25% de tudo que é arrecadado pelos estados e municípios tem que ser destinado à educação”.

Ela explicou que, com os demais governadores dos estados do Nordeste, vai propor junto a todos os governadores do Brasil a discussão sobre o novo Fundeb – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica, criado em 2006 e que termina em 2020. “Dia 23 próximo, em Brasília, teremos nova reunião do fórum dos governadores do Brasil, ocasião na qual vamos apresentar proposta para o novo Fundeb, sem prazo de validade, fazendo com que ele se constitua em uma política de estado permanente”, explicou a governadora do RN.

Fátima também considerou importante ampliar a participação financeira do governo federal junto aos estados e municípios. “No caso do Fundeb, hoje o governo federal entra com apenas 0,2% do PIB, o que dá um montante de R$ 14 bilhões. Isso é insuficiente diante das demandas que nós temos dos planos estaduais e municipais de educação”.

Em referência aos indicadores sociais da educação, a governadora considerou que “tivemos avanços importantes nas duas últimas décadas, mas temos uma longa caminhada pela frente. Temos o desafio de melhorar os Idebs, melhorar a aprendizagem para conduzirmos a educação pública a um patamar de ótima qualidade”. Ela ainda se referiu à questão da remuneração dos educadores: “Moramos em um país onde o professor de nível superior ganha em média 40% a menos do que profissionais de outras categorias com o mesmo nível. Isso nos levou, quando do debate do Plano Nacional de Educação, a escrever metas que estipulam prazo para que o estado brasileiro possa equiparar o salário dos professores aos demais profissionais de forma equivalente. Educação não pode ser encarada como um gasto, mas como investimento”.

Fátima Bezerra, que também é professora, ressaltou a importância da autonomia dos professores nas redes de ensino. “Vemos hoje que até isso está em risco. A autonomia é princípio básico para o trabalho docente, ao trabalho pedagógico e ao processo de gestão democrática da escola. Infelizmente a liberdade de cátedra, prevista na nossa Constituição, que traduz e garante o direito da liberdade de ensinar, a liberdade de aprender, a pluralidade do debate das ideias no interior da escola, está seriamente ameaçada por projetos de lei que estão tramitando no Congresso Nacional e, inclusive, em algumas assembleias legislativas e câmaras municipais. A escola tem como uma das funções mais primordiais promover o debate para que possamos ter todos os pontos de vista”.

A governadora ainda acrescentou: “A escola tem que ensinar a vida como ela é. Tratar de um país que apresenta desigualdades sociais profundas, um país que infelizmente ainda nega o direito à cidadania e à dignidade a amplas parcelas da população”.

Convidada pela mediadora da conferência para a argumentação de encerramento do painel, Fátima se dirigiu aos estudantes brasileiros em Boston: “Quero conclamar vocês e a sociedade brasileira para essa luta fundamental que estamos enfrentando por uma política de financiamento e de respeito à vida de quase 50 milhões de pessoas em nosso país. Luta em prol de ações do MEC e do governo federal junto aos estados e municípios, para que a gente possa desenvolver a agenda da educação brasileira. Termino agradecendo o convite e dizendo que nos inspiramos sempre em Paulo Freire, nosso mestre maior, nosso pedagogo da esperança. E reafirmo aqui o nosso compromisso com a luta em defesa de uma educação pública gratuita, democrática, inclusiva e de qualidade para todos e para todas. Esse é um desafio, é um compromisso, e tem que ser abraçado pela sociedade brasileira como um todo”.

Prisão de Lula completa 1 ano

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva completa neste domingo (7) um ano na cadeia, enquanto aguarda pelo julgamento de seu recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ), a terceira instância do poder Judiciário.

Lula foi preso em 7 de abril de 2018, pouco mais de dois meses depois de ter sido condenado em segundo grau a 12 anos e um mês de prisão pelo Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF-4) no “caso triplex”.

O ex-presidente é considerado culpado pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, ao supostamente ter recebido um apartamento no Guarujá (SP) como propina da empreiteira OAS em troca de favorecimentos em contratos com a Petrobras.

O ex-mandatário da construtora Léo Pinheiro diz que o imóvel pertencia a Lula, mas o petista nega ter sido seu proprietário.

Desde sua prisão, o ex-presidente cumpre pena na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, em uma cela de 15 metros quadrados com banheiro privativo e chuveiro elétrico, isolado dos outros detentos.

O recurso da defesa no STJ já está pronto para ser analisado pela Quinta Turma do tribunal, e o julgamento deve acontecer em breve. Se a sentença do TRF-4 for confirmada, Lula não terá mais como argumentar contra sua prisão após condenação em segunda instância.

Recentemente, os advogados do petista também protocolaram outra ação no STJ, pedindo a anulação do processo. A defesa alega que o julgamento caberia à Justiça Eleitoral, baseando-se em decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre esse tema.

Lula ainda acumula uma condenação em primeiro grau a 12 anos e 11 meses de cadeia, também por corrupção e lavagem de dinheiro, mas no caso do sítio em Atibaia (SP) que seria de sua propriedade.

Artigo – Em um artigo publicado neste domingo pela Folha de S.

Paulo, o ex-presidente reitera que está preso “injustamente”, mas ressalta que mantém a “fé em um julgamento justo”.

“O que mais me angustia, no entanto, é o que se passa com o Brasil e o sofrimento do nosso povo. Para me impor um juízo de exceção, romperam os limites da lei e da Constituição, fragilizando a democracia”, escreve.

No texto, o petista reafirma a tese de que sua prisão e o impeachment de Dilma Rousseff foram um “golpe” para tirar o PT do poder. “Era preciso impedir minha candidatura a qualquer custo. A Lava Jato, que foi pano de fundo no golpe do impeachment, atropelou prazos e prerrogativas da defesa para me condenar antes das eleições”, acrescenta.

Lula ainda diz que Jair Bolsonaro foi “o maior beneficiário” dessa “perseguição”. “Por que têm tanto medo de Lula livre, se já alcançaram o objetivo que era impedir minha eleição, se não há nada que sustente essa prisão? Na verdade, o que eles temem é a organização do povo que se identifica com nosso projeto de país. Temem ter de reconhecer as arbitrariedades que cometeram para eleger um presidente incapaz e que nos enche de vergonha”, ressalta.

Ansa