Os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Edinho Silva (Comunicação Social), assim como o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), responderão a inquérito no Supremo Tribunal Federal por suspeita de participação nos crimes apurados pela chamada Operação Lava Jato. A abertura das investigações contra os três foi autorizada pelo relator do caso no STF, ministro Teori Zavascki, informou o Jornal Nacional deste sábado (5).
O Ministério Público Federal pediu para que os dois ministros petistas e o senador tucano fossem alvo de investigação com base na delação premiada do dono da UTC, Ricardo Pessoa. Pessoa admitiu ter repassado em 2010 dinheiro desviado de recursos que recebeu da Petrobras para financiar as campanhas eleitorais de Mercadante, que na época disputou o governo de São Paulo, e Aloysio Nunes, eleito senador naquele ano. O empresário declarou ainda ter recebido de Edinho Silva, então tesoureiro da campanha de Dilma, pedido de repasse financeiro para a campanha da atual presidente.
Pessoa afirmou que doou R$ 7,5 milhões à campanha de Dilma por temer prejuízos em contratos com a Petrobras. A contribuição foi acordada diretamente com Edinho Silva, relatou ele. Conforme as informações oficiais prestadas pelo PT ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a UTC doou R$ 7 milhões para a campanha de Dilma.
Ricardo Pessoa disse ainda que entregou R$ 500 mil desviados de obras da Petrobras para Mercadante, em 2010, quando o hoje ministro da Casa Civil foi derrotado no primeiro turno por Geraldo Alckmim ao tentar se eleger governador de São Paulo. Já Aloysio Nunes, de acordo com o empresário, recebeu R$ 500 mil do esquema: R$ 300 mil por meio de doações oficiais da UTC e outros R$ 200 mil em espécie.
Os três negam irregularidades nas doações. O ministro Edinho Silva afirmou ao Jornal Nacionalque é “favorável às investigações de todos os fatos” e que sempre agiu dentro da legalidade. Aloysio Nunes falou que “não tem qualquer relação com a corrupção ou com a Petrobras”. Mercadante disse que só vai se manifestar após ser oficialmente notificado da abertura de inquérito.