Por Daniel Menezes

A prefeitura do Natal anuncia a revisão do Plano Diretor. A atividade, que deve ocorrer de cinco em cinco anos, já era para ter acontecido na gestão de Micarla de Sousa. A última vez que o PD passou por processo de análise foi em 2007.

A revisão do Plano Diretor é capitaneada pela Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo (SEMURB). Daí vem a estranheza. Recentemente, Carlos Eduardo Alves substituiu o secretário da pasta, nomeando Marcelo Rosado, um empresário do ramo da construção civil e, portanto, alinhado com o setor.

Os empresários são agentes legítimos no processo, na medida em que podem ter o direito de expressar seus pontos de vista, suas concepções de cidade. Porém, estão diretamente implicados por um interesse particularista. Enxergam na regulamentação do espaço uma forma de obtenção de lucro. Não faz o menor sentido pedir a um empresário, ainda mais da construção civil, que faça a governança do código de obras, da forma como o município será organizado.

Ou melhor, há uma lógica e ela não é das mais, digamos, adequadas. Ele não terá a menor condição de agir contra, se necessário, os investimentos do grupo que é um dos líderes. Natal acabará em segundo plano. Alguém duvida?

Carlos Eduardo Alves deveria ter sido menos parcial no caso, deflagrando a revisão a partir de uma liderança não vinculada tão absurdamente apenas a um lado da moeda. Mas parece que tinha de afirmar sua ligação histórica com o segmento. Já tem gente dizendo que o novo Plano Diretor vai ser redigido lá na sede do Sinduscon.

Fonte: http://www.opotiguar.com.br/