Edinho Silva é ameaçado de morte e pede ajuda do Ministério da Justiça

“Não ande tranquilo, já tem gente na sua cola”, ameaçou um internauta na página oficial do petista no Facebook

Do Correio Brasiliense

O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva (PT), foi ameaçado de morte em sua página oficial no Facebook. As ameaças foram publicadas nesta sexta-feira (1º/4), um dia após o petista ter feito um pedido para que houvesse diálogo e tolerância entre os grupos contrários e favoráveis à presidente Dilma Rousseff. “Nós vamos baixar o tom ou vamos esperar o primeiro cadáver?”, indagou o ministro nesta quinta (31/3).

Inconformado com a declaração de Edinho, um usuário aproveitou uma postagem do petista para comentar “olha Edinho Silva f**** da p*** quem vai morrer e vc e os petistas [sic]”. Um outro internauta tentou acalmar o agressor, dizendo “somos um país democrático”. Mesmo assim, ele seguiu com as ofensas. “Democrático o c******. Vocês vão ver a democracia que vcs conhecem. Bala. Morrendo uns 50 petistas e comunistas o resto foge com o rabo no meio das pernas bem o perfil de covardes”, afirmou. “Não ande tão tranquilo já tem gente na sua cola comunista f**** da p***”, completou.

Em seu perfil, o autor das ameaças costuma compartilhar várias publicações contrárias à presidente Dilma. Na hora de se descrever, porém, ele usa uma mensagem religiosa: “confia ao Senhor tuas obras e ele concederá o que deseja seu coração”.

O ministro respondeu às ameaças por meio de uma nota oficial. No documento, Edinho afirma já ter acionado o Ministério da Justiça e diz que as mensagens não o farão mudar suas convicções. Confira a nota na íntegra:

“Hoje fui ameaçado de morte por um senhor que diverge dos meus posicionamentos na imprensa, quando alerto para os riscos que corremos enquanto sociedade com agravamento da intolerância. A ameaça foi feita na minha página no Facebook.

Informei oficialmente o Ministério da Justiça, por intermédio do ministro Eugenio Aragão, sobre o ocorrido. As medidas cabíveis serão tomadas.

De minha parte, esse tipo de ameaça não me fará mudar minhas convicções. Continuarei defendendo a democracia, a legalidade, o respeito à Constituição Federal. E vou estar, em todos os espaços possíveis, defendendo que a única saída para a crise política que estamos enfrentando está no diálogo e na construção de uma agenda de unidade nacional, que seja maior que as divergências políticas e nos coloque novamente no caminho da retomada do crescimento econômico e do fortalecimento institucional. A democracia não admite atalhos, nem intolerância.

Abaixo, a nota que divulguei para a imprensa.

‘A ameaça a mim dirigida é mais uma demonstração da avalanche intolerante que tomou conta do Brasil. Pessoas falam em matar como se fosse um ato simples, sem significado. A partir deste episódio, enfatizo a necessidade de fortalecermos o diálogo como instrumento de superação da crise política, para vencermos a intolerância e unificarmos o país, respeitando a nossa diversidade política, religiosa, de opções cidadãs, de raças, gêneros e culturais’”.