Arquivo diários:11/04/2016

Palácio do Planalto: “caiu a máscara do vice-presidente”

Nenhuma pessoa por mais ingênua que seja poderia acreditar que Temer na vice-presidência, Renan presidindo o Senado e Cunha presidindo a Câmara dos Deputados não iria acontecer uma traição política.

O vazamento do discurso em que Michel Temer fala como se o impeachment já tivesse sido aprovado pela Câmara pegou a presidente Dilma Rousseff de surpresa e fez com que ela ordenasse uma resposta enfática do governo, colando ao vice-presidente a imagem de “golpista”.

Minutos após a divulgação do áudio, o ministro Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) afirmou à Folha que a fala de Temer “revela a trama golpista que o vice e sua turma vêm demonstrando há semanas”.

“Estou estupefato. Ele está confundindo a apuração de eventual crime de responsabilidade da presidente Dilma com eleição indireta. Está disputando votos e transformou o processo numa eleição indireta para conseguir votos em favor do impeachment. Esse áudio demonstra as características golpistas do vice”, declarou Berzoini.

Segundo relatos, ao ser informada do áudio, a presidente repetiu a assessores e a auxiliares que “caiu a máscara do conspirador”, em referência ao vice-presidente.

Para o Palácio do Planalto, a divulgação foi proposital e faz parte de estratégia de Temer para consolidar os votos a favor do impeachment e conquistar o apoio de parlamentares ainda indecisos no momento em que ele se apresenta como uma alternativa de poder.

Comissão Especial aprova parecer que deu admissibilidade ao impeachment

Numa sessão tumultuada, a Comissão Especial do Impeachment decidiu por maioria dos seus membros dá admissibilidade ao processo de investigação ao impedimento da presidenta Dilma Rousseff.

O resultado foi 38  votos pela admissibilidade e 27  votos contra.

Agora o processo será votado no Plenário da Câmara dos Deputados que aprovando o parecer da Comissão será encaminhado ao Senado que afastará a Presidenta da República e iniciará o processamento do julgamento em seis meses.

IMG_0451 (1)

Piada da noite: “Houve um equívoco”, diz Michel Temer sobre vazamento de suposto discurso

O vice-presidente Michel Temer convocou jornalistas no fim da tarde desta segunda-feira (11) para explicar o áudio de sua autoria que vazou horas antes e na qual ele fala como se o impeachment de Dilma Rousseff já tivesse sido aprovado.

“Eu falava com vários companheiros e, naquele momento, me perguntaram se eu já estava preparado para a eventualidade daquilo que viesse acontecer no próximo domingo e que, seguramente, exigiria uma manifestação minha”, explica.

Temer conta que gravou o áudio com o que imagina que poderia dizer. “Quando resolvi mandar a gravação para um amigo, houve um equívoco e foi para um grupo que acabou divulgando”, acrescentou.

“Reitero que aquilo que disse seria exatamente o que eu fiz no passado e continuarei a fazer dependendo do que acontecer no dia 17”, concluiu.

No áudio, Temer faz um discurso de 15 minutos que chama de um “pronunciamento à nação”. Ele diz que decidiu falar “agora, quando a Câmara dos Deputados decide por uma votação significativa declarar a autorização para a instauração de processo de impedimento contra a senhora presidente”.

Leia na íntegra a oração da rasteira do vice-presidente Temer

Louco para assumir à Presidência da República, o vice-presidente Michel Temer soltou esta peça para mostrar aos interessados no impeachment da presidenta Dilma que ele assume tais compromissos caso seja empossado presidente.

Garibaldi quer Temer no Palácio do Planalto

Confira:

“Quero neste momento me dirigir ao povo brasileiro para dizer algumas das matérias que penso que devam ser por mim agora enfrentadas. Faço naturalmente com muita cautela porque, na verdade, sabem todos, há mais de um mês eu me recolhi precisamente para não aparentar que eu estaria cometendo algum ato, praticando algum gesto com vistas a ocupar o lugar da senhora presidente da República.
Recolhi-me o quanto pude. Mas, evidentemente, neste período fui procurado por muitos aflitos com a situação do nosso País. Agora, quando a Câmara dos deputados decide por uma votação significativa declarar a autorização para a instauração de processo de impedimento contra a senhora presidente, muitos me procuraram para que eu desse ao menos uma palavra preliminar à nação brasileira, o que faço com muita modéstia, com muita cautela, com muita moderação, mas também em face da minha condição de vice-presidente e, naturalmente, substituto constitucional da senhora presidente da República.

Desde logo, quero afirmar que temos um longo processo pela frente, passando pelo Senado Federal. Todas as minhas palavras levarão em conta apenas a decisão da Câmara dos Deputados. Portanto, também minhas palavras são provisórias, já que temos que aguardar e respeitar a decisão soberana que o

Senado Federal proferirá a respeito deste tema. Seja quando à admissibilidade da autorização, seja quanto, ao final, o julgamento propriamente dito. Portanto, quero, neste momento, prestar uma homenagem ao Poder Legislativo, tanto à Câmara dos Deputados, que já debateu amplamente este assunto, quanto ao Senado Federal, que irá debater. E, desde logo, quero comunicar aos amigos e colegas, homens públicos, senadores da melhor cepa, sabedoria, que aguardarei respeitosamente a decisão do Senado Federal. Não quero avançar o sinal. Até imaginaria que eu poderia falar depois da decisão do Senado, mas sabem todos os que me ouvem que, quando houver a decisão definitiva, a decisão do Senado, preciso estar preparado para enfrentar os graves problemas que hoje afligem o nosso País.

Desde logo quero dizer aos que me ouvem, repetir, na verdade, o que tenho pregado ao longo do tempo. Os senhores sabem, os brasileiros sabem que, há mais de oito, dez meses, tenho feito pronunciamentos referentes à pacificação do País, à unificação do País porque é chocante, para não dizer tristíssimo, verificar os brasileiros controvertendo-se entre si, disputando ideias e espaços, até aí tudo bem. Mas, quando parte para uma coisa quase física, isso não pode acontecer no nosso País.

A grande missão, a partir deste momento, é a da pacificação do País, da reunificação do País. Estou repetindo o que venho dizendo há muito tempo como responsável por uma parcela da vida pública nacional. Devo dizer também, isto fica para aconteça o que acontecer no futuro, que é preciso um governo de salvação nacional e, portanto, de União nacional. É preciso que se reúna todos os partidos políticos e todos os partidos políticos estejam dispostos à colaboração para tirar o País da crise. Sem essa unidade nacional, penso que será difícil tirar o País da crise em que nos encontramos. Para tanto, é preciso diálogo. O fundamental agora é diálogo. Em segundo lugar, a compreensão. Em terceiro lugar, para não enganar ninguém, a ideia de que vamos ter muitos sacrifícios pela frente. Sem sacrifícios não conseguiremos avançar para retomar o crescimento e o desenvolvimento que pautaram a atividade do nosso País nos últimos tempos antes desta última gestão.

É preciso retomar o crescimento e eu não quero que isto fique em palavras vazias. Tenho muita convicção, como muitos me dizem que a mudança pode gerar esperança e que, gerando esperança, isso pode gerar investimentos não só investimentos nacionais, mas investimentos estrangeiros. Precisamos restabelecer a crença no Estado brasileiro, nas potencialidades do Estado brasileiro. Devo dizer aos que me ouvem que fiz muitas viagens internacionais no primeiro mandato e verifiquei o quanto os outros países que têm muito dinheiro em suas mãos querem fazer aplicando no Brasil. Querem acreditar no Brasil.
O que aconteceu nos últimos tempos foi um descrédito no nosso País e o descrédito é o que leva à ausência do crescimento, à ausência do desenvolvimento, que faz retomar a inflação. De um lado, portanto, temos absoluta convicção de que é preciso prestigiar a iniciativa privada, é preciso que os empresários do setor industrial, do setor de serviços, do setor agrícola, do setor do agronegócio, dos vários setores da nacionalidade se entusiasmem novamente com estes investimentos.

Ao dizer isso, estou pensando apenas naqueles que possam investir? Não. Diferentemente, estou pensando em manter as conquistas sociais dos últimos tempos. Por exemplo, o emprego é uma coisa fundamental para todos os brasileiros. Para que haja emprego, é preciso que haja uma conjugação dos empregadores com os trabalhadores. Você só tem emprego se a indústria, o comércio, as atividades de serviço todas estiverem caminhando bem. A partir daí que você tem emprego e pode retomar o emprego.

De outro lado, devo dizer também que, de fora parte um projeto pela empregabilidade plena, é preciso manter certas matérias sociais porque nós todos sabemos que o Brasil ainda é um País pobre. Portanto, e eu sei que dizem de vez em quando que, se outrem assumir, vamos acabar com Bolsa Família, vamos acabar com Pronatec, vamos acabar com Fies. Isso é falso. É mentiroso e fruto dessa política mais rasteira que tomou conta do País. Portanto, neste particular, quero dizer que nós deveremos manter estes programas e até, se possível, revaloriza-los e ampliá-los até que, isto eu quero deixar claro, o Bolsa Família, por exemplo, há de ser um estágio do Estado brasileiro. Daqui a alguns anos, a empregabilidade tenha atingido um tal nível que não haja necessidade de Bolsa Família. Mas, enquanto persistir a necessidade, manteremos.

Lanço uma mensagem àqueles que têm o capital e àqueles que querem uma mensagem do trabalho e lanço uma mensagem para aqueles que sequer trabalho ainda conseguiram. Claro que vamos incentivar enormemente as parcerias público-privadas à medida que isso pode trazer emprego ao País. Temos absoluta convicção de que hoje, mais do que nunca, o Estado não pode tudo fazer. O Estado depende da atuação dos setores produtivos do País. Empregadores de um lado, trabalhadores de outro lado. Estes setores produtivos é que, aliançados, vão fazer a prosperidade do Estado brasileiro. Estado brasileiro tem que cuidar de segurança, saúde, educação, enfim, de alguns temas fundamentais que não podem sair da órbita pública. Mas, no mais, tem que ser entregue à iniciativa privada. Iniciativa privada no sentido da conjugação da ação entre empregadores e trabalhadores. Neste particular, pretendemos fazer várias reformas que incentivem a harmonia entre esses dois setores da produção brasileira.

Tudo isso que estou a dizer significará, devo registrar, sacrifícios iniciais para o povo brasileiro, em primeiro lugar. Em segundo lugar, não quero gerar nenhuma expectativa falsa. Não pensemos que, se houver uma mudança no governo, em três, quatro meses estará tudo resolvido. Em três, quatro meses, poderá começar a ser encaminhado para resolvermos a matéria ao longo do tempo. Se houver este governo de transição, ou, se não houver, fica essa sugestão que estou fazendo para o governo que vier a manter-se, ficam essas sugestões que, reitero, não são sugestões por mim formuladas ou formatadas neste momento, mas que foram feitas ao longo do tempo.

Há reformas que são fundamentais para o País. Nós todos sabemos. Agora, toda e qualquer reforma não alterará os direitos já formatados, já adquiridos pelos cidadãos. Mas temos que preparar o País do futuro. Muitas matérias até estão em tramitação no Congresso Nacional e nós queremos ter uma base parlamentar muito sólida que nos permita conversar com a classe política, mas conversar também com a sociedade. Os senhores sabem, os que assistiram às minhas palestras nos últimos tempos, que eu faço uma distinção e uma conjugação de governo, governança e governabilidade para dizer que o governo são os órgãos constituídos, não tem a menor dúvida, Executivo, Legislativo, Judiciário. A governança vem pelo apoio político que o governo consegue dos partidos políticos e do Congresso Nacional. Mas é preciso mais do que isso. É preciso a governabilidade.
A governabilidade exige que haja uma aprovação popular do próprio governo. Portanto, a classe política unida com o povo levará ao crescimento do País e, portanto, ao apoio ao governo. É com esses três fatores que vamos lidar.

É claro que não vou falar aqui sobre reformas que são fundamentais porque isso será fruto de um desdobramento ao longo do tempo. Como não pensar numa reforma política? Como não pensar numa reforma tributária? E, evidentemente, a reforma tributária envolve um outro tema, que é a revisão do pacto federativo. Toda vez que você pensa numa reforma tributária, você está pensando na distribuição de competências e de recursos para as entidades federativas.

É preciso, mais do que nunca, que as entidades federativas tenham uma autonomia verdadeira. Ou seja, que nós tenhamos uma Federação real e não uma Federação artificial com o tem acontecido nos últimos tempos. Sei, por exemplo, no tópico da Federação, da grande dificuldade dos Estados e municípios nos dias atuais. Há estudos referentes à eventual anistia ou perdão de uma parte das dívidas e até da revisão dos juros que são pagos pelas unidades federadas. Vamos levar isso adiante. Vamos estudar isso com muita detença e vamos levar isso adiante porque a força da União deriva também da força dos Estados e da força dos municípios. A força dessas entidades federativas depende da boa vontade e do apoio da classe política e do povo brasileiro.

Há matérias controvertidas como aquela referente à legislação trabalhista e à legislação previdenciária que nós vamos fazer com um grande diálogo nacional onde nenhum setor será esquecido, nem dos trabalhadores, nem dos empresários, nem do povo brasileiro. Toda e qualquer modificação que vier a ser feita será para garantir o futuro mesmo daqueles que já recebem salário, que recebem aposentadoria. É neste termo que nós vamos trabalhar.
Ou seja, o diálogo de um lado e a conjugação de esforços do outro lado serão os alicerces, digamos assim, do nosso trabalho. É esta a manifestação que eu queria deixar ao povo brasileiro.”

Receita para acabar com a corrupção e propinas no Brasil

As casas legislativas são onde estão os jardins floridos de propinas adubados pela corrupção

Fico impressionado como o debate sobre o impeachment está pautado sobre o tema da corrupção.

A corrupção está sendo discutida no lugar errado. É como um vampiro tomando conta de um banco de sangue.

Se alguém tem uma receita para acabar com a corrupção no Brasil que trate de arranjar um jeito de primeiro fechar as casas legislativas.

Vamos aos fatos: posso garantir que a grande maioria dos deputados, senadores e vereadores se elegem gastando mais, muito mais, daquilo que eles ganhão ou vão ganhar.

Como esses caridosos vão gastar mais daquilo que vão ganhar para se elegerem?

Todos sabem que os empreiteiros deram propinas aos deputados, senadores e partidos políticos para ganharem licitações.

Todos sabem que o controle das estatais é disputado pelos partidos para financiar as eleições deles.

Todos governos compraram políticos.

Fernando Henrique comprou no episódio da reeleição, muitas concessões foram distribuídas para garantir muitas coisas, basta ver como são as emissoras de TV no RN.

O presidente Collor comprou parlamentares no seu processo de impeachment, pagou na frente e não levou, por causa disso caiu, foi traído por muitos corruptos.

Parlamentares no Brasil só não foram comprados nos Governos Militares, por que naquele tempo tinha o Ato Institucional Nº 5 que cassava parlamentares e fechava o Congresso Nacional, eles morriam de medo.

Poucos brasileiros dão importância aos seus votos para escolherem seus representantes nas casas legislativas.

Na relação política da democracia brasileira não sei quem é o pior: se o empreiteiro que compra o deputado, senador, vareador; o deputado que compra o eleitor, ou o eleitor que vende o voto.

Não posso nem devo generalizar, mas, a lógica da representatividade no Brasil é essa.

Participei de várias eleições, sendo candidato ou não,  e sou testemunha viva de como tudo funciona.

 

 

Temer ficou com a marca de patrocinador do golpe, diz Jaques Wagner

O ministro-chefe do Gabinete Pessoal da Presidência da República, Jaques Wagner, disse hoje (11) que há grande rejeição de um eventual governo liderado pelo vice-presidente Michel Temer no caso de a presidente Dilma Rousseff sofrer impeachment. Ele citou dados de uma pesquisa divulgada ontem (10) pelo Datafolha.

“Para o vice Michel Temer, é claro que ficou a marca de uma espécie de patrocinador do golpe porque a rua diz que ele tem mais rejeição do que a própria presidenta Dilma e é importante a gente registrar que isso sem ter exercido um dia de governo”, afirmou o ministro.

Temer divulga áudio em que fala como se impeachment estivesse aprovado

DANIELA LIMA
DE BRASÍLIA

O vice-presidente da República, Michel Temer, enviou um discurso de 15 minutos a parlamentares de seu partido, o PMDB, em que fala como se o impeachment tivesse sido aprovado pela Câmara dos Deputados. A votação só está prevista para ocorrer neste domingo (17). A fala é uma espécie de carta de apresentação do que seria uma gestão capitaneada por ele.

No áudio, ao qual a Folha teve acesso, Temer diz estar fazendo seu primeiro “pronunciamento à nação”. Ele diz que decidiu falar “agora, quando a Câmara dos Deputados decide por uma votação significativa declarar a autorização para a instauração de processo de impedimento contra a senhora presidente”. O vice ainda afirma que estava recolhido “há mais de um mês para não aparentar que eu estaria cometendo algum ato, praticando algum gesto com vistas a ocupar o lugar da senhora presidente”.

Temer diz, no entanto, que “muitos me procuraram para que eu desse pelo menos uma palavra preliminar à nação brasileira, o que faço com muita modéstia, cautela, moderação mas também em face da minha condição de vice-presidente e também como substituto constitucional da senhora presidente da República”.Confira o áudio

A assessoria de Temer confirmou a veracidade do áudio e disse que o vice o enviou “por acidente” aos aliados. “Trata-se de um exercício que o vice estava fazendo em seu celular e que foi enviado acidentalmente para a bancada”.

No áudio, o vice diz que é preciso ter em mente que ainda haverá “um longo processo pela frente”, se referindo à etapa do processamento do impeachment que ocorrerá no Senado. O vice ainda declara sua confiança nos senadores e diz que “aguardarei respeitosamente a decisão do Senado Federal”. “Portanto, também as minhas palavras são provisórias. Nós temos que aguardar e respeitar a decisão soberana do Senado sobre esse tema”, pondera o vice no áudio.

Temer afirma que poderia falar apenas após o fim do processo no Senado, mas que “evidentemente, sabem todos os que me ouvem que, após a decisão do Senado Federal, eu preciso estar preparado para enfrentar os graves problemas que hoje afligem o nosso país”.

Como a fala foi gravada para um cenário em que o impeachment de Dilma teria sido aprovado pela Câmara, e Temer faz uma espécie de “discurso da vitória” e esboça o que seria um governo sob sua tutela. Ele defende amplo papel da iniciativa privada na recuperação do país, mas se compromete a manter e ,”se possível”, ampliar os programas sociais que já existem, como o Bolsa Família e o Pronatec.

Confira o áudio