Arquivo diários:22/04/2016

Henrique Alves estrelou novamente na imprensa nacional

Como o mais famoso político potiguar, o ex-ministro do Turismo e cotado para ser ministro Chefe da Casa Civil da Presidência da República, Henrique Alves foi novamente noticia nacional por se recusar fazer o teste do bafômetro.

Há meses Henrique Alves figurou na grande imprensa por ter sido alvo de uma busca e apreensão autorizada pela Justiça Federal e executada pela Polícia Federal. 

Dilma não fala em golpe, mas cita retrocesso, em pronunciamento na ONU

A presidente Dilma discursou na manhã de hoje (sexta, 22) na sessão de abertura da cerimônia de assinatura do Acordo de Paris, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Dilma Rousseff mencionou a crise política que vive o Brasil e disse que a sociedade brasileira soube vencer o autoritarismo, construir a democracia e saberá impedir retrocessos.

Apesar de ter focado seu discurso nas questões ambientais pautadas pela ONU, Dilma afirmou ao final que não poderia encerrar sua fala sem mensionar o “grave momento que vive o Brasil”. “Quero dizer que o Brasil é um grande país com uma sociedade que soube vencer o autoritarismo e construir uma punjante democracia. Nosso povo é um povo trabalhador e com grande apreço pela liberdade. Saberá, não tenho dúvidas, impedir qualquer retrocesso. Sou grata a todos os líderes que expressaram a mim sua solidariedade”, disse no encerramento do discurso.

Representantes de cerca de 160 países assinam o acordo de Paris, que visa a combater os efeitos das mudanças climáticas e reduzir as emissões de gases de efeito estufa. A cerimônia de assinatura do documento, fechado em dezembro de 2015, depois de difíceis negociações entre 195 países e a União Europeia, ocorre na sede da ONU, no Dia Mundial da Terra. O presidente da França, François Hollande, foi o primeiro chefe de Estado a discursar na sessão.

Para entrar em vigor em 2020, o acordo, no entanto, só se concretizará quando for ratificado por 55 nações responsáveis por, pelo menos, 55% das emissões de gases de efeito de estufa.

Depois da adoção do texto em Paris, ainda é necessária a assinatura do acordo, até fim de abril de 2017, seguida da ratificação nacional, conforme as regras de cada país, podendo ser por meio de votação no parlamento ou de decreto-lei, por exemplo.

 

Quebra de sigilo: José Agripino na mira da Justiça Federal suspeito de receber propina na Arena das Dunas

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, determinou a quebra dos sigilos fiscal e bancário do presidente do DEM, senador José Agripino Maia (DEM-RN), líder da oposição no Senado, referentes ao período de 2010 a 2015, e de mais 15 pessoas e empresas ligadas ao parlamentar.

A quebra de sigilos foi apresentada no mês passado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que investiga desde outubro de 2015 o suposto envolvimento do senador com fraudes na obra da Arena das Dunas, estádio construído em Natal para a Copa de 2014

Por que Pedro Álvares Cabral é pouco lembrado em Portugal?

Mamede Filho
De Lisboa para a BBC BrasilQuadro de Oscar Pereira da Silva que retrata o desembarque de Cabral no Brasil Passados 516 anos do descobrimento do Brasil, comemorados neste 22 de abril, a importância de Pedro Álvares Cabral para a História do país segue incontestável. Mas sua figura não tem o mesmo peso em Portugal, país que ele ajudou a transformar em uma potência global há mais de cinco séculos.

“A maior parte dos portugueses com mais de 45 anos sabe quem foi Cabral, mesmo que quase todos de forma muito vaga. Já um jovem de 17 ou 18 anos provavelmente responderá que tem uma ideia vaga sobre Vasco da Gama, mas que não se lembra de Pedro Álvares Cabral, um nome que ficou enterrado nos livros do ensino básico”, afirma à BBC Brasil a historiadora e escritora Manuela Gonzaga, investigadora do Centro de História d’Aquém e d’Além-Mar (Cham), ligado à Universidade Nova de Lisboa e à Universidade dos Açores.

Cabral foi um personagem central no momento áureo de Portugal, a expansão marítima dos séculos 15 e 16. A sua chegada à costa brasileira, em 1500, foi um dos mais importantes capítulos da História lusa. Mesmo assim, o interesse pelo navegador em seu país de origem fica à sombra de outros exploradores contemporâneos a ele.

“Quando falamos sobre os grandes homens da expansão portuguesa, os primeiros nomes que nos vêm à cabeça são os de Vasco da Gama, o primeiro europeu a navegar para a Índia, de Bartolomeu Dias, o primeiro navegador a atravessar o Cabo da Boa Esperança, e o de Pedro Álvares Cabral. Mas o descobridor do Brasil hoje não é tão conhecido ou estudado como são os outros dois”, diz à BBC Brasil o historiador António Camões Gouveia, professor da Universidade Nova de Lisboa.

Monumentos e avenidas

Uma caminhada pelas ruas de Lisboa evidencia a distância entre a popularidade de Cabral e de Vasco da Gama no século 21. O navegador que inaugurou a rota entre Portugal e Índia dá nome a um dos maiores shoppings da cidade e à ponte mais extensa da Europa, de 17,185 quilômetros, que atravessa o rio Tejo, ligando a capital lusa ao município de Montijo.

Em homenagem a Cabral, há uma avenida com o seu nome, onde encontra-se uma estátua em alusão ao descobrimento do Brasil, doada pelo governo brasileiro, em 1941. O monumento é uma réplica de uma estátua existente no Rio de Janeiro.

“Quando comparamos Cabral a outras figuras da mesma época, notamos que ele realmente está em um segundo plano. A figura de Vasco da Gama sobrepõe-se em termos de visibilidade nos monumentos, nas ruas. Na cidade de Sintra, onde vivo, há várias ruas Vasco da Gama e não conheço nenhuma com o nome de Cabral”, conta à BBC Brasil o historiador Paulo Jorge de Sousa Pinto, também investigador do Centro de História d’Aquém e d’Além-Mar.

Vida desinteressante

Segundo os historiadores portugueses, uma das razões para Cabral ocupar hoje um papel de coadjuvante em comparação com alguns dos seus contemporâneos é o fato de o descobridor do Brasil não ser um personagem tão controverso quanto outros navegadores.

“Como não há grandes polêmicas em torno de seu nome, ele é um personagem menos interessante de ser estudado. Não sabemos muito sobre a vida pessoal dele, e os pormenores conhecidos são desinteressantes. Se Cabral tivesse sido um guerreiro, se tivesse comandado uma armada portuguesa no norte da África ou se tivesse se envolvido em alguma das tantas lutas na corte portuguesa de sua época, ele despertaria um interesse muito maior”, justifica Sousa Pinto.

“Vasco da Gama tem um lado sombrio que desperta interesse até hoje. Na segunda viagem à Índia, ele revelou uma faceta cruel, ficou conhecido como brutal e controverso, e isso ainda repercute. Mas nada paira sobre a imagem de Cabral. O único aspecto negativo é o de que ele seria azarado, porque sua armada saiu de Portugal com 13 embarcações e voltou com apenas seis”, afirma à BBC Brasil António Manuel Lázaro, professor de História da Universidade do Minho.

Na opinião de Sousa Pinto, a presença menor da imagem de Cabral na sociedade lusa moderna também foi influenciada pela ideologia política do Estado Novo português, que durou de 1933 a 1974, ano em que ocorreu a redemocratização do país europeu.

“Durante esse período, a propaganda e a ideologia oficial do regime foram muito centradas na imagem dos construtores do império colonial português na África, como Vasco da Gama e o Infante D. Henrique, principal promotor das viagens do descobrimento. Isso aconteceu porque o regime queria justificar a sua presença nas colônias africanas, que era muito contestada pela comunidade internacional”, diz o historiador.

“Nesse caso, a imagem dos simples descobridores, como é o caso do Cabral, acabou por ficar à sombra dos grandes heróis responsáveis por expandir o império português”, explica.
Descobrimento foi intencional?

A grande polêmica em torno de Pedro Álvares Cabral é saber se ele chegou à costa brasileira intencionalmente ou por acidente. Para António Gouveia, essa dúvida também causa um impacto negativo à imagem do navegador em Portugal.

“As sombras que existem sobre a descoberta do Brasil acabam por minimizar um pouco a figura do Cabral em termos de estudos acadêmicos e até a visão que a sociedade tem dele próprio”, opina o historiador.

“É preciso pensar se o descobrimento do Brasil foi ao acaso ou intencional. Porque se foi intencional há a possibilidade de a descoberta ter acontecido previamente, o que, de certo modo, diminui o papel e a importância de Cabral”, argumenta, por sua vez, António Manuel Lázaro.

Pouco se sabe sobre a vida de Cabral. O descobridor do Brasil nasceu entre 1460 e 1470, na vila de Belmonte, e morreu em 1520, na cidade de Santarém. Seu corpo estaria sepultado na cidade, na Igreja da Graça, mas alguns historiadores argumentam que seus restos mortais foram transferidos ao Brasil no início do século 20.

Há um túmulo sem corpo em homenagem ao navegador no Panteão Nacional, em Lisboa, ao lado de outro dedicado a Vasco da Gama, cujos restos mortais encontram-se no imponente Mosteiro dos Jerónimos, também na capital portuguesa.

Cabral e Vasco da Gama também estão lado a lado no Padrão dos Descobrimentos, um monumento às margens do rio Tejo, em Belém, de onde saíam os navegadores durante o período da expansão portuguesa.

Resgate

Para Manuela Gonzaga, o resgate da imagem de Pedro Álvares Cabral na sociedade portuguesa passa por uma maior dedicação ao descobrimento do Brasil nas escolas do país europeu.

“A história do achamento da Terra de Vera Cruz (primeiro nome dado ao Brasil) testemunha o encontro de povos de uma forma lindíssima e, do meu ponto de vista, arrebatadora e comovente. Foi um achamento e um encantamento. E essa página deveria ser estudada por todos”, afirma a historiadora.

Já na opinião de António Manuel Lázaro, Cabral está bem representado na sociedade portuguesa moderna. “Sem diminuir o mérito, o que ele fez foi encontrar uma terra que até então era desconhecida. Muitos outros exploradores também fizeram isso e ninguém sabe o nome da maioria deles. No caso de Cabral isso não acontece, o seu nome é referência dentro da História de Portugal”, argumenta o professor de História, que tem uma sugestão alternativa para homenagear o descobridor do Brasil.

“Acredito que a melhor forma de honrar o feito de Cabral não é construindo mais estátuas ou dando o seu nome para novas ruas, mas fortalecendo a relação com o Brasil, que já foi muito mais próxima.”

“Todos os dias lemos notícias sobre a intenção das autoridades em reaproximar os dois países, mas são poucas as ações práticas nessa direção. Acredito que isso sim faria justiça a quem foi Pedro Álvares Cabral”, diz o historiador.

Movimentos sociais vão parar estradas em protesto contra impeachment, diz colunista da Folha de São Paulo

A jornalista Mônica Bergamo disse em sua coluna na Folha que os movimentos sociais como o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e a Frente Povo sem Medo pretendem interromper na próxima semana o fluxo de 30 estradas, em pelo menos dez Estados.

Segundo Mônica, o protesto é contra o impeachment de Dilma Rousseff e a eventual posse de Michel Temer na Presidência da República.
A interrupção está sendo programada para ocorrer até a quarta-feira (27).