A delação de Otávio Marques de Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez, dá uma dimensão do escopo do esquema de corrupção na obtenção de contratos de obras públicas ao longo dos governos da coligação entre PT e PMDB. Azevedo foi preso na 14a fase da Lava Jato, a Erga Omnes, em junho de 2015. Em fevereiro deste ano, fechou o acordo para contar o que sabe. Ele apresentou aos procuradores, junto com o ex-executivo da empreiteira Flávio Barra, uma planilha em que detalha como eram compostas as doações oficiais da Andrade Gutierrez às campanhas. Uma parte eram os “compromissos com o governo” por conseguir os contratos para atuar em obras. A outra era a parte “republicana”, doações legais.
Executivos da Andrade Gutierrez citaram três ex-governadores responsáveis pela construção de estádios para a Copa do Mundo de 2014 em delação premiada firmada com a Procuradoria-Geral da República. Agnelo Queiroz (PT), de Brasília, Sérgio Cabral (PMDB), do Rio, e Eduardo Braga (PMDB), do Amazonas, hoje ministro de Minas e Energia, teriam sido destinatários de propinas, segundo os delatores. A informação foi veiculada ontem pelo Jornal Nacional.