Arquivo diários:13/04/2016

Kassab pede demissão, mas Dilma não aceita

Kassab com o deputado potiguar Fábio Faria que votará pelo impeachment

O deputado Átila Lins (PSD-AM) disse ao Congresso em Foco que o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, informou à presidente Dilma Rousseff que estaria disposto a deixar o cargo. O motivo foi a decisão amplamente majoritária tomada pela bancada do partido na Câmara na tarde desta quarta-feira de apoiar a abertura do processo de impeachment da presidente. Dos 31 deputados, 28 se posicionaram a favor do impeachment.

Kassab teve audiência com Dilma depois da decisão dos deputados da bancada de desembarcar do governo. Ainda não se sabe se o PSD vai continuar com os cargos ocupados por indicados pela legenda nos ministérios e no segundo escalão de diversos órgãos federais. Constrangido, Kassab ouviu de Dilma, segundo o deputado Átila Lins, que poderia continuar na pasta, mesmo com o apoio da quase totalidade dos parlamentares do PSD ao impeachment.

PMDB já está montando esquema para ocupar relatoria da Comissão do Impeachment no Senado

Jucá: Eunício deve assumir relatoria da comissão do impeachment no Senado

Estadão Conteúdo

Em Brasília

Senador Eunício de Oliveira
Senador Eunício de Oliveira

O presidente em exercício do PMDB, senador Romero Jucá (RR), afirmou a interlocutores, nesta quarta-feira (13), que a relatoria de uma eventual Comissão do Impeachment no Senado deve ser confiada ao líder do partido na Casa, Eunício de Oliveira (CE).

Já a presidência seria definida pelo líder do PSDB, senador Cássio Cunha Lima (PB). Eunício negou ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que o comando do colegiado já esteja definido.

Uma das principais dúvidas sobre o rito do impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado é a composição da comissão. Não há definição se o presidente e o relator serão designados, como tradicionalmente ocorre, respeitando a maior bancada. A tendência é que, nesse caso, escolha primeiro a bancada do PMDB – a maior da Casa com 18 senadores. PSDB e PT estão empatados com o segundo maior número de membros, com 11 parlamentares cada.

Peemedebistas da oposição calculam ter 48 dos 81 senadores favoráveis ao impeachment na votação do parecer da Comissão Especial no plenário do Senado. Na decisão de um eventual pedido de afastamento, o número de senadores favoráveis à saída de Dilma subiria para 60. No PMDB, o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), Jader Barbalho (PA) e Roberto Requião (PR) devem votar contra o impeachment de Dilma.

Um dos raros aliados do Palácio do Planalto no Congresso, Renan já indicou que não atuará, em privado e publicamente, para segurar a tramitação do caso. Ele, contudo, deverá usar todo o prazo regimental previsto para a instrução do processo. “Renan não é superior aos fatos”, disse Jucá. O senador acredita que o presidente do Senado terá uma postura “institucional” durante o processo.

Para Jucá, “quanto menor o tempo (entre uma eventual aprovação do impeachment na Câmara dos Deputados e a análise no Senado), melhor”.

De acordo com interlocutores próximos ao vice-presidente, Michel Temer sairá de Brasília nesta quarta e só voltará após o fim da votação na Câmara, no próximo domingo, 17. “Se ele ficar aqui, vai virar uma romaria”, comentou Jucá. Para o presidente do PMDB, “(o impeachment) não é algo para se comemorar, é um remédio amargo”.

Em nota, deputado federal Fábio Faria afirma que votará pelo impeachment de Dilma Rousseff

fabio_ibama

Dirijo-me ao povo do meu Rio Grande do Norte e do Brasil para este comunicado a respeito do meu posicionamento quanto ao processo de instauração do impeachment da presidente da República Dilma Rousseff, a ser votado na Câmara Federal.

Minha posição é fruto de amplo diálogo dentro do meu partido, o PSD, respeitando a liderança do nosso presidente Gilberto Kassab; nos debates travados com nosso grupo político no RN; nas impressões trocadas com empresários e trabalhadores; nas inúmeras conversas com eleitores potiguares e com a minha família.

O Brasil vive hoje uma seríssima crise política e econômica em que o atual governo perdeu completamente a condição de produzir consensos e um mínimo de entendimentos efetivos em prol do desenvolvimento do País. O governo perdeu a capacidade de dialogar com a sociedade, com amplos setores produtivos, com a classe empresarial, e, por último, viu interditado o caminho do diálogo com a Câmara dos Deputados.

Neste domingo, portanto, votarei a favor do impeachment, em total sintonia com o meu partido, com a iniciativa da minha bancada, com o desejo das forças políticas e sociais do meu estado, com a expectativa dos meus eleitores e, principalmente, com a minha consciência.

Votarei pela esperança de ver um Brasil reconstruído, livre da paralisia imposta por uma pauta única provocada pela crise. Precisamos ultrapassar e vencer a pauta do impeachment, para que a economia reencontre os caminhos do crescimento e as ruas voltem a ser passeio público de uma única nação, porque não existem dois Brasis, pois somos apenas um povo, unificado na mistura de raças, credos e costumes.

Que Deus ilumine o Brasil e proteja sempre o seu povo.

Fábio Faria

Brasília, 13 de abril de 2016

Ato falho de Temer, verificado pelo jornalista Élio Gaspari da Folha de São Paulo

O jornalista Élio Gaspari, escreveu uma crônica sobre o pronunciamento vazado do vice-presidente Michel Temer para ser analisado por amigo e divulgado caso ele assuma à Presidência da República.

Bom jornalista e excelente analista e observador, o jornalista que escreve todas quartas-feiras na Folha de São Paulo, verificou que Temer não citou uma vez sequer a palavra corrupção no seu pronunciamento de 14 minutos.. Certamente o ‘amigo’ que Temer enviaria o áudio pelo WhatsApp não estaria preocupado com a corrupção instalada no Brasil com vários correligionários dele na condição de réus.

Pode-se considerar um ato falho?

Confira o que escreveu o jornalista Élio Gaspari:*

A fala do trono de Temer

elio gaspari“Corrupção. Faltou não só a palavra, faltou qualquer referência ao tema. Pode ter sido esquecimento, o que não é pouca coisa, pois nesse caso Michel Temer seria o único brasileiro capaz de falar durante 14 minutos sobre a crise política, pedindo um governo de “salvação nacional”, sem qualquer referência às iniciativas que feriram a oligarquia política e econômica brasileira.

Uma coisa é o destino da doutora Dilma. Bem outra são a Lava Jato e suas subsidiárias que estão encurralando oligarcas. É insultuoso supor que uma pessoa queira defenestrar a doutora e o PT para travar a Lava Jato, mas quem quer freá-la pode achar que uma troca é boa ideia. É necessário reconhecer que a cena do deputado Eduardo Cunha e do senador Romero Jucá de mãos dadas e braços erguidos comemorando o rompimento do PMDB com o Planalto mostra para onde vão os interesses de uma banda da oligarquia. Cunha é réu de um processo no Supremo Tribunal e Jucá está sendo investigado pelo Ministério Público.

Se houvesse qualquer referência ao combate à corrupção no seu discurso de posse presuntiva, Temer mostraria coragem e disposição de incomodar correligionários. Esqueceu-se, tudo bem, mas não deve pedir aos ouvintes que não percebam. Como se sabe desde que a palavra impeachment entrou no vocabulário politico, tirar Dilma é uma coisa, quem botar no lugar é outra.

Desconte-se a trapalhada que tornou público o áudio de Temer. Ele informou que recolheu-se “há mais de um mês”. Seria um exemplo de recato se tivesse amparo nos fatos. O vice-presidente gosta de palavras raras e construções solenes. Só isso o leva a falar em “senadores da melhor cepa e sabedoria”. Ou em “estudar isso com detença”. O doutor parece competir com o governador Geraldo Alckmin na produção de platitudes. Coisas como “não quero que isto fique em palavras vazias”, “temos absoluta convicção”, “a classe política unida com o povo”, “o Estado não pode tudo fazer”. Finalmente: “temos que preparar o país do futuro”. O tucano paulista acrescentaria: “com firmeza e determinação”.

Os 14 minutos de Temer não embutiram uma plataforma, mostraram um palanque. Diante da ruína produzida pela doutora Dilma, antecipa “sacrifícios”. Oferece intenções e diálogo. Num ponto, porém, ele se deteve:

“Sei, por exemplo, no tópico da Federação, da grande dificuldade dos Estados e municípios nos dias atuais. Há estudos referentes à eventual anistia ou perdão de uma parte das dívidas e até uma revisão dos juros que são pagos pelas unidades federadas. Vamos levar isso adiante.”

Decifrando a promessa para governadores encalacrados e prefeitos falidos: “Vamos levar isso adiante”. (Faltou definir “isso”.)

Decifrando os números: Estados e municípios querem repactuar os contratos de R$ 402 bilhões de dívidas já renegociadas com a União. Neste ano horrível, a simples revisão dos juros pode tirar R$ 27 bilhões da União. (O Supremo Tribunal concedeu uma liminar que poderá beneficiar todos os governadores e prefeitos, mas a sentença ainda depende do pleno da Corte.)

Governo de “salvação nacional”. Salvação de quem?”

* Nascido na Itália, veio ainda criança para o Brasil, onde fez sua carreira jornalística. Recebeu o prêmio de melhor ensaio da ABL em 2003 por ‘As Ilusões Armadas’. Escreve às quartas-feiras e domingos.

“Golpe é romper com o que está na Constituição”, diz Temer

O vice-presidente Michel Temer classifica de “golpe” qualquer medida que rompa com o previsto na Constituição e afirma que a Carta não prevê eleições gerais. Em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, o peemedebista rejeita as acusações do Planalto de que tenha “conspirado” pela queda da presidente Dilma Rousseff e diz que, “por força do diálogo, coletivamente, tiraremos o país da crise”.

Leia a entrevista concedida ao Estadão no UOL

 

Muitos manifestantes pró-impeachment foram usados inocentes úteis

Muitos brasileiros foram para manifestações de protestos pró-impeachment sem ter a menor ideia que estavam sendo usados para colocar a galera do PMDB no poder.

Enquanto o povo estava nas ruas, manipulados pela grande mídia e multiplicadores das redes sociais, a patota do PMDB, Temer, Renan e Cunha ficaram na mutuca esperando à hora para dá o bote.

Sendo usados como inocentes úteis, os brasileiros do pró-impeachment agora viram a besteira que fizeram.

Inocentemente eles estavam propondo a moralização da nação e o fim da corrupção sem a menor preocupação daquilo que viria depois.

Arrependimento grande..

Vamos aguardar o que acontecerá no Brasil.

Dilma dispara: “Michel Temer e Eduardo Cunha são associados. Um não age sem o outro”

Márcio Neves - UOL - 13.abr.2016

Fernando Rodrigues

 

A presidente Dilma Rousseff concedeu uma entrevista hoje (13.abr.2016) e disse que vai resistir “até o último minuto” ao processo de impeachment. Afirmou ter uma contabilidade que lhe daria a vitória na votação marcada para domingo. E que no dia seguinte, derrotando a proposta do impedimento, vai propor um “pacto” sem considerar “vencedores nem derrotados”.

Será “uma proposta de nova repactuação de todas as forças políticas sem ter vencidos nem vencedores. Não se faz pacto com ódio”. Convidaria a oposição? “Convido todos (…) Oposição existe”, responde Dilma.

No que consistiria a proposta? “Vou oferecer um processo de diálogo. Temos de olhar todos os lados do Brasil. Mas respeitar as conquistas já adquiridas”. Estariam presentes “trabalhadores e empresários. Todas as forças econômicas e as representadas nos movimentos sociais”.

A presidente fez questão de controlar suas declarações ao longo da entrevista para não admitir a possibilidade de derrota. Bem no final, voltou a falar sobre o pacto que pretende oferecer se barrar o impeachment no domingo. Foi confrontada então com a possibilidade de derrota e indagada se também se ofereceria para fazer um pacto. Nesse cenário Dilma disse que seria “carta fora do baralho”, mas deixando claro que não acredita nessa hipótese.

A presidente em alguns momentos pareceu estar confusa a respeito dos próximos capítulos da crise política. Falou em vencer na Câmara e depois no Senado. Foi informada então que se barrar o processo de impeachment na Câmara não haveria necessidade de enfrentar uma votação dos senadores. Pareceu surpresa ao conhecer esse trâmite.

A petista também disse não saber exatamente se poderia morar no Palácio da Alvorada no meio do processo de espera de um julgamento pelo Senado –quando ficaria afastada da função por até 180 dias. “Não existe uma regra”, declarou. Na realidade, há uma interpretação firmada desde 1992: o presidente afastado pode morar na residência oficial enquanto não perder o cargo em definitivo.

Ao mesmo tempo em que fala em vencer e barrar o impeachment, a petista flerta com a ideia de novas eleições.

“Não vou ficar neste momento discutindo uma hipótese [convocar novas eleições] que contraria o que eu defendo. Acho que temos todas as condições de ganhar no Congresso Nacional”, declarou a presidente. Em seguida, fez uma ressalva: “Eu respeito a proposta que passe pelo voto popular. A minha visão não é essa, mas eu respeito”.

A petista repetiu várias vezes durante a entrevista as críticas que fez nos últimos dias ao vice-presidente da República, Michel Temer, e ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ambos do PMDB. Referindo-se aos dois, disse:

“Chamei de chefe do golpe e de vice-chefe do golpe. Só não sei quem é o chefe e o vice-chefe. Vocês também não sabem. São associados. Um não age sem o outro. Aqui ninguém é ingênuo”.

Ministro Gilberto Occhi, do PP, entrega carta de demissão a Dilma

Da Folha de São Paulo

PAULO GAMA
DO PAINEL
GUSTAVO URIBE
DE BRASÍLIA

Gilberto Occhi, ministro da Integração NacionalO ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, entregou nesta quarta-feira (13) pedido de exoneração à presidente Dilma Rousseff.

A carta de demissão foi apresentada pelo próprio ministro ao chefe de gabinete da Presidência da República, Jaques Wagner.

Em uma rápida conversa, Wagner agradeceu pela atuação do ministro no desastre ambiental de Mariana (MG).

Segundo relatos, Occhi disse que a decisão do PP de abrir mão dos cargos no governo federal “não é definitiva” e que as conversas do partido com o governo federal ainda estão abertas.

Além do ministro, o presidente da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), Felipe Mendes, também apresentará pedido de exoneração nesta quarta-feira (13).