Delegado da PF revela dificuldade para manter ritmo da Operação Lava jato

EBCO delegado da Polícia Federal Filipe Hille Pace, da força-tarefa da Operação Lava Jato no Paraná, escreveu uma espécie de desabafo em despacho formalizado no dia 6 de abril. Segundo ele, a sucessiva deflagração de fases da operação, que já chega a 28 etapas, “impossibilita a conclusão célere do análise de todo o material apreendido em fases pretéritas”.

De acordo com o delegado, é inviável se estender por tempo indeterminado inquéritos policiais “sob pretexto de se aguardar a exaustiva e integral análise dos materiais apreendidos por ocasião de cada uma das fases da aludida operação policial”. As afirmações de Pace revelam as dificuldades, até estruturais, da intensa rotina de trabalho da força-tarefa para manter o ritmo das investigações em Curitiba.

O desabafo do delegado foi feito no âmbito do inquérito que tem como alvos o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Jorge Luiz Zelada, condenado a 12 anos e dois meses de prisão, e o lobista João Augusto Resende Henriques. Ambos são acusados de terem sido “apadrinhados” pelo vice-presidente Michel Temer e têm ligação com o PMDB.

O delegado lembra que ainda há fatos envolvendo Zelada e Henriques sob investigações sigilosas. Segundo eles, quando os novos fatos vierem à tona vão dar origem a novos inquéritos, indicando que a investigação do núcleo do PMDB no esquema está longe de ser encerrada.

Com o grande volume de descobertas, novos crimes podem ser descobertos e Pace aponta que “não há razoabilidade e possibilidade fática e humana a se apurar, no presente inquérito, todos os crimes que possam ter sido praticados pelos indiciados em desfavor da estatal brasileira”